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Cariri precisa de voo diário
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Editorial opinião

Cariri precisa de voo diário

A frequência de quatro voos por semana é melhor do que a ausência completa do transporte. No entanto, é insuficiente para as necessidades de uma região como o Cariri

Em artigo publicado na edição de ontem, o coordenador de Jornalismo da rádio O POVO CBN Cariri, Luciano Cesário, informou que a Latam deixará de oferecer voos diários de Juazeiro do Norte para Fortaleza, reduzindo a frequência para quatro voos semanais.

O jornalista reconhece que já havia essa previsão, mas anotou que se mantinha a expectativa de que a empresa poderia rever a decisão, devido à aparente alta ocupação dos voos. Cesário lembra que a própria Latam celebrou a venda de 95% dos bilhetes para o voo inaugural, em 23 de junho deste ano.

A Latam assumiu o trecho no início deste ano, quando a Azul Linhas Aéreas deixou de operar o voo ligando Juazeiro do Norte e Fortaleza, suspendendo também as operações em outras 11 outras cidades brasileiras.

Em comunicado emitido na época, a empresa justificou a descontinuidade devido a "uma série de fatores que vão desde o aumento nos custos operacionais da aviação, impactados pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta do dólar, somadas às questões de disponibilidade de frota e de ajustes de oferta e demanda". Em resumo, a empresa quis dizer que cortou o serviço em trechos deficitários.

Como noticiou O POVO na época, a rota aérea entre Juazeiro e Fortaleza funcionava desde 1950, ficando descoberta "pela primeira vez na história", pois a Azul era a única empresa a fazer a ligação com a região do Cariri.

A situação mobilizou agentes econômicos e políticos de Juazeiro, prevendo a repercussão negativa nos negócios. Sendo a região do Cariri um polo de turismo religioso e cultural, é óbvio que a falta de conexão direta com Fortaleza provocaria a redução do fluxo de visitantes. Além disso, quem precisasse viajar a serviço, por motivos médicos ou para visitar a família, também teria mais dificuldade para se movimentar.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) iniciou negociações buscando solucionar o impasse, procurando empresas que pudessem substituir a Azul. Assim, chegou a um acordo com a Latam para a retomada dos voos.

Pelo que ficou acertado, a companhia faria voos diários durante a alta temporada, de junho a agosto. Depois desse prazo, a frequência passaria a quatro viagens semanais. Em contrapartida, a Latam receberia uma subvenção mensal de R$ 380 mil por mês.

Reconheça-se que a frequência de quatro voos por semana é melhor do que a ausência completa do transporte. No entanto, é insuficiente para as necessidades de uma região como o Cariri.

Além disso, é preciso considerar que a operação envolve dinheiro público, portanto, torna-se necessário pedir mais esclarecimentos a respeito dessa situação.

 

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