
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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A ousadia das facções criminosas parece não ter limites, enquanto as autoridades continuam batendo cabeça sem encontrar um caminho para resolver, ou pelo menos minorar, um problema que inferniza a vida de milhões de brasileiros, desafiando as instituições de Estado.
A ação das polícias assemelha-se a empurrar uma pedra morro acima com a certeza de que ela deslizará novamente, levando à repetição de um trabalho que se revela inútil.
É claro que a atividade de prender suspeitos, normalmente os "soldados" das organizações criminosas tem de ser feita. Porém, isso equivale a um pequeno alívio em meio à violência sem fim a que a população, especialmente os moradores de áreas vulneráveis, estão submetidos.
Um dos exemplos, dos muitos que se pode citar desse repto criminoso, aconteceu na noite de segunda-feira, em Fortaleza. Um foguetório foi ouvido em diversos pontos da cidade. Infelizmente, não eram torcedores manifestando alegria pela vitória de seu time. Tratava-se da bandidagem anunciando a "tomada de territórios" de facções rivais.
A polícia foi às ruas para investigar e, segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, 19 suspeitos de envolvimento com facções foram detidos durante o foguetório. O secretário também anunciou, por meio de uma rede social que, este ano, aumentou em 61,5% o número de prisões de "envolvidos" com o crime organizado. No entanto, é preciso verificar o quanto a política implementada pelo governo do Ceará está sendo eficaz para reduzir a criminalidade. Os números, descolados do contexto, pouco ou nada explicam.
Mas também é preciso lembrar que o avanço das facções criminosas não acontece apenas no Ceará. No mesmo dia em que rojões explodiam em Fortaleza, o ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi assassinado na Baixada Santista, fuzilado no meio da rua, após ser perseguido por criminosos.
Um caso não tem relação com outro, mas ambos demonstram a audácia das organizações criminosas tanto para comemorar abertamente seus crimes, quanto para cometer assassinatos. Ferraz ficou conhecido por ser pioneiro nas investigações do Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina o crime em São Paulo. A principal linha de investigação é uma vingança do PCC contra ele. Ruy foi responsável pela prisão de vários chefes da quadrilha.
Enquanto isso, a PEC da Segurança Pública, entregue em abril deste ano ao Congresso Nacional, tramita vagarosamente, frente à urgência que a situação exige. Nesta terça-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, esteve pela terceira vez na Câmara dos Deputados para debater o assunto.
A PEC propõe o trabalho conjunto entre o governo federal, estados e municípios com o objetivo de combater o crime organizado no Brasil. É preciso sistematizar essa proposta o mais rapidamente possível.
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