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Um viva aos 35 anos do SUS
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Editorial opinião

Um viva aos 35 anos do SUS

É a principal rede de assistência para 76% dos brasileiros e o maior sistema público, gratuito e universal de saúde do mundo. O Sistema Único de Saúde (SUS) chegou aos 35 anos na última sexta-feira, 19, realizando anualmente cerca de 2,8 bilhões de atendimentos e tendo aproximadamente 3,5 milhões de profissionais em atuação. É inegável que o SUS tenha mudado a realidade do acesso à saúde, elevando a qualidade de vida da população.

No ano de 2024, conforme o Governo Federal, o País chegou ao recorde histórico no SUS, tendo executado 30 mil procedimentos. Além disso, a rede pública realiza gratuitamente serviços de altíssima complexidade como transplantes, tem dedicação à média e à alta complexidades (internações, cirurgias, quimioterapia e radioterapia), está no atendimento em prontos-socorros e UPAs e presta assistência farmacêutica (com o fornecimento gratuito de medicamentos, inclusive imunossupressores, necessários para toda a vida dos transplantados), para citar alguns exemplos da atuação do Sistema. O cuidado com a atenção primária (como consultas, exames laboratoriais e vacinação) e a saúde mental são questões que muito têm sido debatidas nos últimos anos.

Destaca-se que o Sistema tem também o maior programa público de vacinação da América Latina, o chamado Programa Nacional de Imunizações (PNI). São disponibilizados atualmente 48 imunobiológicos - desses, são 31 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas. Essas ações contribuíram, de modo significativo, para marcos como a erradicação da poliomielite, em 1994, até resultados mais recentes como a recertificação de país livre de sarampo. É preciso ressaltar que o Brasil foi pioneiro na oferta de vacina contra a dengue.

Essa trajetória bem-sucedida de fortalecimento do SUS é marcada por políticas e programas que acumulam números e histórias positivas no atendimento universal reconhecidamente eficiente e justo. São exemplos as criações do Samu 192 (em 2003), do Brasil Sorridente (em 2004), do Farmácia Popular (em 2004), da Hemobrás (em 2004), da Rede Cegonha - atual Rede Alyne (em 2011), do Programa Mais Médicos (em 2013), do Brasil Saudável (em 2024) e do Agora Tem Especialistas (em 2025).

É certo que há muitos desafios na saúde pública a serem enfrentados. A sobrecarga do sistema, com longos períodos de espera, a escassez de recursos, a demora no atendimento e a dificuldade de acesso a especialistas são alguns pontos que merecem atenção constante e urgente dos governos. Assim, o financiamento deficitário é questão que precisa ser mais bem desenvolvida de forma que o orçamento em todas as esferas contribua para evitar longas e desiguais filas pelo Brasil adentro.

Assim, faz-se necessário louvar o reconhecimento - inclusive internacional - que tem o SUS, a partir de quem tem a oportunidade de conhecer o modelo. Ajustes, porém, são sempre necessários a fim de se busque o fortalecimento do Sistema para estender seus benefícios ao maior alcance possível, em especial com foco nos setores mais carentes da população. n

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