
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Em meio ao horror da guerra, um sentimento unificou os dois povos: palestinos e israelenses comemoram o acordo que pode pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas, que já dura dois anos. Árabes e judeus anseiam por um pouco de paz, querem voltar a abraçar seus parentes e amigos sequestrados ou presos — e sonham novamente em reunir a família, sem o risco de serem atingidos por tiros ou bombas.
O governo israelense e o Hamas aceitaram os termos do acordo de 20 pontos apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com alguns aspectos ainda em discussão. O mandatário americano disse que viajará neste domingo ao Egito, país que sediou as negociações, para acompanhar de perto o decorrer dos acontecimentos.
Já está acertada a libertação dos reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos e retirada parcial das Forças de Defesa de Israel, que ficariam limitadas a uma parte do território de Gaza.
Analistas internacionais avaliam que o acordo somente foi possível pela intensa pressão que Trump exerceu sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e sobre as Hamas, exigindo suspensão das hostilidades.
Pode ser que a pressa de Trump em fechar o acordo tivesse a ver com a campanha que ele faz para receber o Prêmio Nobel da Paz, o que acabou não acontecendo, pelo menos na versão deste ano. No entanto, pouco importam as motivações subjetivas do presidente americano, pois, objetivamente, sua intervenção foi decisiva para pôr fim ao conflito.
Ajudaram também manifestações populares ao redor do mundo, que deixaram Netanyahu cada vez mais isolado. Além disso, uma comissão independente da ONU registrou, em relatório, que Israel cometia genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.
O secretário-geral da organização, António Guterres, classificou como "moral, política e legalmente intolerável" o conjunto de ações militares de Israel em Gaza. Dos 193 países que integram as Nações Unidas, 157 reconhecem a Palestina como um Estado. Após o início da guerra, outras nações ampliaram essa lista, como Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal.
É preciso lembrar que a guerra começou em outubro de 2023, quando militantes do Hamas, em um ato terrorista, invadiram o território israelense, matando cerca de 1.300 pessoas, entre elas mulheres e crianças. Aproximadamente 900 soldados israelenses morreram em combate.
Do lado palestino, segundo o Ministério de Saúde de Gaza, mais de 66 mil pessoas foram mortos no conflito, mais da metade mulheres e crianças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que 42 mil pessoas em Gaza sofreram lesões graves, mais de cinco mil pessoas sofreram amputações. Crianças somam 25% dos feridos.
Que essa solução provisória seja o passo decisivo para abrir caminho a um acordo mais amplo e duradouro, para pôr fim à barbárie decorrente da guerra, permitindo a convivência respeitosa e pacífica entre esses dois povos, que tanto tem a oferecer à humanidade. n
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