
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Depois de abrir uma guerra comercial contra o mundo, com ataques aos mecanismos multilaterais, o presidente americano Donald Trump parece não ter ficado satisfeito com os estragos provocados por ele na economia mundial.
Agora, ameaça começar um conflito armado contra a Venezuela, com potencial de atingir toda a região, com repercussões que se espalhariam pelo mundo. Nas últimas semanas, aviões americanos bombardearam vários barcos, supostamente oriundos da Venezuela, matando seus ocupantes, em verdadeiras execuções extrajudiciais, sob a alegação de que as embarcações transportavam drogas.
Para piorar, o presidente dos Estados Unidos resolveu escalar os ataques contra a Venezuela. Ele autorizou a CIA (agência de inteligência americana) a conduzir operações dentro do território venezuelano, sob a mesma alegação de combater cartéis de drogas. Com esse pretexto, o governo Donald Trump desloca soldados, navios e submarinos de guerra para a costa venezuelana.
Como antecipou o jornal The New York Times, informação confirmada oficialmente por Donald Trump, as ações da CIA no território venezuelano podem incluir "operações letais", tendo como alvos inclusive o presidente Nicolás Maduro e outros integrantes do governo venezuelano.
Desta vez, portanto, o intento de Trump não se limita a uma bravata, como o anúncio, logo após sua posse, de que iria anexar o Canadá como o 51º estado dos EUA.
As ações na Venezuela são um recado de que nenhum país da América Latina está a salvo de uma investida americana, caso não se alinhe aos interesses dos Estados Unidos. Para isso, a Casa Branca usará todas as suas armas, sejam econômicas ou militares.
Mesmo internamente, essa política de Trump encontra barreiras. O almirante Alvin Holsey, chefe do comando militar responsável pelas operações dos EUA na América Latina, anunciou que deixará o cargo. Informações dão conta de que ele se opõe à ofensiva armada contra a Venezuela.
Não está em debate a classificação ideológica do governo Maduro, sem sombra de dúvida um autocrata, que não respeitou o resultado eleitoral, mantendo-se no poder pela força. No entanto, não se pode aceitar que Trump se arvore em xerife do mundo, decidindo quais ditaduras são aceitáveis — pois convive confortavelmente com várias delas — e quais vai atacar com sua máquina de guerra.
Entre as causas da ofensiva dos EUA contra a Venezuela pode-se incluir o estreitamento das relações do país sul-americano com a China, cuja influência cresce na América Latina, desagradando a Casa Branca. A diferença é que o Pequim opta pela via da negociação, enquanto a Casa Branca usa a força e a coerção — como se vê no Brasil —, ou mesmo quando se relaciona com países amigos, como é o caso da Argentina.
A mais, o ataque de Trump contra a Venezuela, tem potencial de desestabilizar a América Latina, preocupando a diplomacia brasileira, que teme a disseminação de conflitos por toda a região.
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