O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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A reunião ocorrida há oito dias, entre o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, serviu para "quebrar o gelo" entre os dois países. No entanto, nada foi revelado do que foi conversado entre as duas delegações, em termos de propostas.
O comunicado conjunto, divulgado após o encontro em Washington, informou apenas que Brasil e os Estados Unidos "concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro imediato (…). Ambas as partes também concordaram em trabalhar conjuntamente pela realização de reunião entre o presidente Trump e o presidente Lula na primeira oportunidade possível".
De fato, os termos desta nota foram rigorosamente cumpridos. As negociações continuaram e Lula se reunirá com Trump neste domingo, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, onde ambos se encontram para participar da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), bloco econômico que reúne países da região.
A pauta do encontro não foi divulgada. Mas, a partir do que se conhece até agora, será restrita principalmente às questões econômicas. Nada indica que Trump insistirá em um "perdão" para Bolsonaro ou continue a sancionar autoridades brasileiras.
Também está praticamente fora de cogitação, apesar da instabilidade de Trump, que o presidente americano use o encontro para constranger Lula de alguma forma, como já fez com outros líderes mundiais.
De sua parte, Lula vai reivindicar a redução da sobretaxa de 50% imposta aos produtos brasileiros e pedir o fim da aplicação da Lei Magnitsky contra brasileiros, reafirmar a soberania brasileira e reivindicar mais acesso ao mercado americano.
Trump, por sua vez, deverá se ater a questões pragmáticas, pondo na mesa o interesse pelas terras raras, abundantes no Brasil, advogará em favor das grandes empresas de tecnologia, e se mostrará interessado em investimentos de empresas brasileiras, como a Embraer, nos Estados Unidos.
É importante destacar que nenhum ponto econômico deve ser considerado "inegociável". Tudo depende se acordo realizado respeita os interesses do povo brasileiro.
Mas é possível que temas geopolíticos entrem na conversa, especialmente a situação da Venezuela, sob pressão militar dos Estados Unidos. Recentemente, Trump anunciou, sem citar o país sul-americano, uma possível "ação terrestre", supostamente para combater cartéis de drogas. Se o assunto vier à tona, Trump ouvirá de Lula que uma intervenção na Venezuela pode criar instabilidade em toda a região.
No mais, tudo indica, salvo alguma surpresa, que tudo caminha para a normalização da relação do Brasil com os Estados Unidos. É um bom resultado, independentemente de quem governa os EUA, pois é importante manter os laços diplomáticos que unem os dois países há mais de dois séculos.
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