O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Aconteceu, enfim, o esperado e necessário encontro presencial entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil. Os dois conversaram, por cerca de uma hora no último domingo, aproveitando visita de ambos à Malásia e pondo fim a um distanciamento que tem marcado as relações desde a volta de Trump à Casa Branca, em janeiro deste ano de 2025.
Claro que ainda há muito por fazer até que a crise seja dada por superada de maneira definitiva. Nenhuma das medidas punitivas comerciais e políticas impostas ao Brasil pelo Governo Trump, incluindo a aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades e até familiares deles, até agora foi oficialmente revista ou anulada. Tudo segue em vigor e à espera de uma normalização nas relações que, hoje, até parece mais próxima.
Em verdade, sabe-se que discussões nesse nível obedecem a um tempo diferente, exigem conversas e tratativas até que resultados efetivos comecem a aparecer. Criar expectativas diferentes faz parte do jogo político, apenas, e é nesse contexto que serviram de animação para o debate das horas que se seguiram ao anúncio de que o encontro acontecera e à divulgação das primeiras imagens.
Importante mesmo é que representantes dos dois países já começaram as conversas como efeito direto do encontro entre Lula e Trump. De ambos os lados partem avaliações positivas em relação ao passo fundamental que se deu no domingo, mas, agora, é preciso que se avance no sentido de obter resultados concretos, superada a fase da inexistência de canais para o diálogo.
A crise é injustificável desde o seu surgimento e, à medida em que avançava, expunha facetas novas do momento crítico da realidade nacional. Parcela de segmentos políticos arrastaram com eles setores da própria sociedade num movimento autofágico que desconsiderou o interesse do próprio Brasil diante da perspectiva, vislumbrada por alguns, de criar dificuldades para um governo do qual se discorda.
Os acontecimentos do domingo, e seus desdobramentos do dia seguinte, indicam um momento que precisa ser aproveitado pela competente área diplomática brasileira. É justo que deixemos nossos diplomatas atuarem, agora, para reverter um quadro que até outro dia se demonstrava mais desfavorável pelo erro de deixarmos que sentimentos políticos prevalecessem.
É de importância menor que o episódio, no seu todo, provoque perdas ou ganhos para quem quer que seja. Trata-se de uma pauta necessária ao País, na perspectiva de seus interesses maiores, independente de colorações políticas ou partidárias, aspecto que desde o início deveria estar considerado no debate pelo lado brasileiro. São importantes os sinais de que isso parece, formalmente, que começa a nos mover. n
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