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Trump, Xi Jinping e as tensões mundiais
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Editorial opinião

Trump, Xi Jinping e as tensões mundiais

O presidente dos Estados Unidos escalou suas ameaças, dizendo que vai retomar testes com armas nucleares, após moratória de 33 anos

Em um mundo conflagrado, o acordo comercial negociado entre os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Donald Trump, contribui para a redução das tensões globais.

Ainda que a trégua seja provisória, com duração de um ano, pode-se considerar um avanço, ao evitar maiores confrontos entre as duas maiores economias do planeta, uma batalha que poderia resultar em estilhaços que atingiriam todo o mundo.

Apesar da instabilidade de Trump, conhecido por seus rompantes, o aperto de mão entre os dois líderes conseguiu acalmar os mercados, reduzindo as incertezas, pelo menos por ora, para investidores e empresas. O acerto entre as duas potências põe em perspectiva que outras negociações — como vêm ocorrendo com o Brasil — possam chegar a um resultado que contemple as partes em litígio, mostrando que a mesa de negociação é a melhor forma de resolver pendências.

A forma de negociar de Trump, jogar alto na tentativa de desnortear oponente, tornou-se conhecida, ganhando quem sabe melhor maneira de responder a esse método, sem se curvar às ameaças e bravatas. A China aguentou as pressões e sentou-se à mesa com a vantagem das terras raras e de ser grande compradora de soja dos EUA.

Trump concordou em reduzir suas tarifas em dez pontos percentuais aos produtos chineses, suspendendo também as taxas sobre navios do país oriental. Xi Jinping comprometeu-se a comprar mais produtos agrícolas dos Estados Unidos, incluindo a soja, além de algumas promessas vagas.

Análise publicada no The New York Times avalia que Xi Jinping saiu mais forte da reunião, apesar de Trump ter-se apresentado como vitorioso. Ao fim do encontro, "soando como se desse uma lição, Xi disse a Trump que as 'recentes reviravoltas' da guerra comercial deveriam servir de aprendizado para ambos".

Mas a questão é que, se por um lado, especialmente o econômico, Trump parece colaborar para manter relações amistosas entre as nações, no campo político suas atividades vão em direção contrária, contribuindo para o aumento das tensões internacionais.

É o caso da pressão que o governo americano faz contra o presidente Nicolás Maduro, enviando navios de guerra e forças militares para o Caribe, como forma de pressionar o governo da Venezuela, sem levar em conta o risco de desestabilizar toda a região. Com a desculpa de combater o narcotráfico, os EUA já afundaram 15 embarcações, supostamente transportando drogas, matando cerca de 60 pessoas, desafiando leis internacionais.

Esta semana, Trump escalou em suas ameças, dizendo que vai retomar testes com armas nucleares, depois de uma moratória de 33 anos. Ele alega que "outros países" estão procedendo da mesma maneira, mas não ha evidências disso.

O razoável seria que Trump agisse, em qualquer esfera, de maneira civilizada e democrática, porém, seria esperar demais de um incendiário inconsequente.

 

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