O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Após a chamada "megaoperação" nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, o Executivo e o Legislativo se agitaram para encaminhar com mais celeridade as propostas referentes à segurança pública, especialmente as que dizem respeito ao crime organizado.
As facções tornaram-se uma preocupação nacional, ampliando sua área de atuação para além do tráfico de drogas, do controle local de território e da exploração violenta de moradores de comunidades. Com o crime organizado espalhando-se por praticamente todo o País, com faccionados infiltrados em negócios legais e na política, tornou-se impossível barrar essa escalada criminosa sem que seja encontrada uma solução que ultrapasse as divisas de cada Estado, exigindo ações conjuntas entre o governo federal e os entes federativos.
Entre as várias iniciativas que ganharam destaque após a operação no Rio está a Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI do Crime Organizado, instalada no Senado, na terça-feira. A CPI poderá dar uma boa contribuição para encontrar caminhos que contribuam com a resolução do problema, mesmo porque elegeu uma Mesa Diretoria equilibrada.
A presidência ficou com Fabiano Contarato (PT-RS), conhecido pela sua análise técnica das propostas; na vice-presidência está Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e a relatoria — o segundo cargo mais importante — será ocupado por Alessandro Vieira (MDB-SE), que não é alinhado ao governo, podendo ser classificado como "independente". Os três têm experiência anterior na área da segurança: Contarato e Vieira foram delegados da Polícia Civil; Mourão é general aposentado do Exército.
Mas o componente político não ficará de fora das sessões da CPI, principalmente porque a campanha presidencial de 2026, extraoficialmente, já está nas ruas. No entanto, Contarato já avisou que não vai admitir "pirotecnia" na CPI. A ver se ele conseguirá manter o bom andamento dos trabalhos, de modo que o plenário não vire uma batalha campal de "lacrações" para os famosos "recortes" para "bombar" nas redes sociais. Será preciso conter com rigor a "bancada do TikTok" para evitar a desmoralização da CPI.
O que se espera é que, em assunto de tamanha gravidade os senadores comportem-se de maneira adequado, preocupando-se com o que verdadeiramente interessa, que é apontar soluções que levem ao desmantelamento dessas organizações criminosas que desafiam a ordem legal estabelecida, controlando territórios, cometendo os mais bárbaros atos de violência — e submetendo milhões de brasileiros às "leis" do crime.
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