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A caatinga no COP30
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Editorial opinião

A caatinga no COP30

O bioma é fundamental para o equilíbrio climático e está entre os mais eficientes do planeta na captura de carbono
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Presente na COP30, o Banco do Nordeste (BNB) anunciou um aporte de R$ 50 milhões em recursos não reembolsáveis para financiar projeto de preservação e recuperação da caatinga. A informação está na edição de ontem, em reportagem da jornalista Carol Kossling, que cobre o evento em Belém.

Esses recursos do BNB somam-se a dois outros editais lançados este ano com o mesmo propósito: o Fundo de Sustentabilidade e o Floresta Viva, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Fundo Brasileiro para a Diversidade (Funbio). Esses dois programas já destinaram R$ 41 milhões para ações de recuperação ambiental na região, apoiando 18 projetos estratégicos na área do bioma.

O diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire, projeta que brevemente outras organizações poderão também investir nesse programa, aumentando a destinação de recursos. "Podemos dobrar ou triplicar" o volume do investimento, disse ele.

Ao O POVO, o presidente do BNB, Wanger Rocha, afirmou que o banco vem trabalhando com afinco na transição energética. "Todos os parques eólicos e solares instalados no Nordeste têm financiamento do BNB". Ele informa que, nos últimos três anos, já foram investidos mais de R$ 14 bilhões em energia limpa, e que o banco continua liberando investimentos para empresas, grandes ou pequenas, que tenham esse propósito.

Com menos apelo midiático do que a floresta amazônica, sem querer reduzir a sua capital importância para o mundo, mas é preciso destacar a caatinga, um bioma que costuma despertar menos atenção, mas de relevância vital no enfrentamento ao aquecimento global.

O bioma é fundamental para o equilíbrio climático e está entre os mais eficientes do planeta na captura de carbono. Segundo informações da Associação Caatinga, estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) mostrou que entre 2015 e 2022, o ecossistema foi responsável por quase 50% de todo o sequestro de carbono do Brasil, mesmo ocupando apenas 10% do território nacional, cerca de 862 mil quilômetros quadrados.

Portanto, os projetos que visam preservar a caatinga são essenciais e urgentes, pois o bioma vem sofrendo perdas significativas em sua vegetação devido à ação humana. Sem cobertura vegetal, aumenta o risco da desertificação, tornando infértil, com prejuízos irreparáveis à biodiversidade.

O apoio que o BNB oferece ao desenvolvimento econômico sustentável, investindo em entidades e empresas que executam essas tarefas, em grande ou pequena escala, é fundamental para contribuir com a regulação climática.

E a presença da cearense Associação Caatinga na COP30 é uma garantia de que o bioma caatinga estará na pauta da conferência.

 

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