Logo O POVO+
13º salário: o extra para aquecer o comércio
Comentar
Foto de Editorial
clique para exibir bio do colunista

O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública

Editorial opinião

13º salário: o extra para aquecer o comércio

O benefício deve injetar na economia cearense cerca de R$ 9,2 bilhões entre novembro e dezembro
Tipo Opinião
Comentar

Até o fim deste mês, milhões de brasileiros receberão o pagamento obrigatório da primeira parcela do 13º salário. O benefício deve injetar na economia cearense cerca de R$ 9,2 bilhões entre novembro e dezembro. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 3,3 milhões de pessoas devem receber a gratificação, que é garantida por lei.

Desses beneficiados, 56% são empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários. O 13º salário é um direito garantido por lei para pessoas que trabalham com carteira assinada, aposentados e pensionistas do INSS. Segundo o calendário oficial do pagamento, a primeira parcela deve ser depositada na conta do trabalhador até o dia 30 de novembro. A segunda parcela deve ser depositada até o dia 20 de dezembro.

O pagamento dessa parcela é sempre esperado pela população em geral, visto que representa um dinheiro extra para quitar ou adiantar pagamentos, comprar presentes de fim de ano ou ser uma poupança extra. Para o comércio, também é uma oportunidade de aquecer as vendas, que já aumentam naturalmente com a chegada do fim do ano. Junto com as promoções das festas, cria-se uma chance a mais de realizar compras a partir do dinheiro recebido.

Assim, é interessante que haja, de algum modo, uma tentativa de educar financeiramente a população no sentido de orientá-la a fazer bom uso desse dinheiro. Seja pagando dívidas, seja comprando algo de que necessitem, as pessoas precisam saber pesquisar com cautela e estar atentas às promoções para identificar se valem, de fato, a pena.

É válido lembrar que o 13º salário é uma gratificação garantida em lei sancionada pelo presidente João Goulart em 13 de julho de 1962. Mas, desde a década de 1950, a luta pelo "abono de Natal" já havia se iniciado. Chegou forte aos anos 1960, em meio ao avanço da inflação, empoderamento dos sindicatos e contexto político inflamado pelas disputas ideológicas da Guerra Fria. Na verdade, no Brasil, os primeiros registros de greves e demandas pelo abono de Natal são de 1921, na Cia. Paulista de Aniagem e na indústria Mariângela - ambas empresas do segmento têxtil.

Em dezembro de 1961, os trabalhadores se mobilizam em greve pelo abono de Natal, num protesto liderado pelos sindicatos dos metalúrgicos e dos têxteis de São Paulo. A greve foi duramente reprimida com mais de 1.300 presos, e o movimento grevista foi declarado ilegal pelo governo. Enquanto isso, a Câmara dos Deputados, que havia aprovado o projeto em primeira votação, entrou em recesso. Assim, o projeto só foi aprovado em segundo turno na Câmara em abril de 1962 e no Senado em junho daquele ano.

Faltava, porém, a sanção presidencial. Então, veio a greve geral de 5 de julho de 1962. A manifestação foi fundamental para pressionar o governo a aprovar o benefício. Desse modo, é relevante mencionar que a gratificação foi conquistada a partir de muita luta dos trabalhadores até se transformar num direito social e fundamental como é hoje, aguardado também pelo comércio para ajudar a movimentar a economia. n

 

Foto do Editorial

O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?