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É vergonhoso que caminhemos para um ano do sumiço do prefeito afastado de Choró, Carlos Alberto Queiroz Oliveira, o Bebeto, sem que as autoridades policiais consigam fazer cumprir uma decisão judicial que determina seu recolhimento à prisão. A data exata será o próximo dia 5, - sexta-feira, portanto - e chama ainda mais atenção, no caso, a inexistência de qualquer pista em relação ao destino dele, reeleito para o cargo no ano passado e impedido de tomar posse por processo que o envolve com irregularidades relacionadas a verbas orçamentárias federais.

Bebeto Queiroz, filiado ao PSB, teve a prisão determinada atendendo pedido da Polícia Federal dentro da operação Viss Oculta. O foco é a denúncia, apurada a partir de setembro do ano passado, de funcionamento de um esquema eleitoral criminoso com participação do então prefeito de Choró, organizado em Canindé, a 106 km de Fortaleza, através da oferta de vantagens materiais financeiras em troca de votos.

A suspeita de vínculo do esquema com um deputado federal, Júnior Mano, do PSB, levou o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramita em segredo de justiça sob relatoria do ministro Gilmar Mendes. É mesmo recomendável que a investigação não seja espetacularizada, recomendando-se o máximo de discrição da parte das autoridades, policiais e judiciais em virtude das implicações políticas.

Acontece, que a sociedade precisa ter confiança de que os esforços necessários e possíveis estão sendo feitos para localizar o prefeito acusado e levá-lo às explicações devidas, considerando a gravidade do que pesa contra ele.

Gente que faz parte da acusação, como a ex-prefeita de Canindé, Rosário Ximenes, autora das denúncias iniciais, manifesta estranheza com o que acontece, em termos de falta de resultado nas buscas, diante de informações que circulam dando conta de registros da presença do político foragido em áreas de circulação pública.

É o caso, se já não aconteceu, de chamá-la e a outras figuras que têm dito algo parecido faz algum tempo, para colher mais informações e saber precisamente os endereços nos quais o prefeito teria sido visto ultimamente numa espécie de afronta aos responsáveis por sua captura.

É preciso que se afaste qualquer risco de entendimento de que aspectos políticos podem estar pesando para a falta de resultados objetivos no esforço de executar a prisão determinada. Quanto antes as respostas adequadas vierem menores as chances de exploração político-eleitoral de um episódio que merece ser esclarecido. Seja no sentido de provar o que foi denunciado como grave e, com isso, determinar as punições necessárias; seja para, eventualmente, atestar a inocência de quem hoje se vê acusado e, inclusive, impedido de cumprir um mandato popular que lhe havia sido garantido através das urnas. n

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