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É preciso mais pressa para reduzir desigualdades
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É preciso mais pressa para reduzir desigualdades

Relatório do IBGE mostra queda na pobreza e na extrema pobreza no Brasil
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Diferentes dados divulgados recentemente revelam que o País vem obtendo resultados positivos em questões sociais, que significam a melhoria nas condições de vida de milhões de brasileiros.

No entanto, é preciso alertar que esses avanços ainda são insuficientes para corrigir problemas estruturais, que impedem que a evolução aconteça na medida das necessidades dos segmentos mais vulneráveis da população.

O relatório mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra avanços importantes na redução da pobreza e da extrema pobreza. De acordo com os dados do IBGE, a proporção de pessoas vivendo na pobreza caiu de 27,3% em 2023 para 23,1% em 2024.

Esse é o menor nível registrado desde o início da série histórica, em 2012, com mais de 8,6 milhões de pessoas saindo dessa condição. Da extrema pobreza saíram 1,9 milhão de pessoas, com o índice baixando de 4,4% para 3,5% da população. Em agosto do ano passado, o País foi retirado do Mapa da Fome, como registrou a Organização das Nações Unidas (ONU). Em novembro, o IBGE divulgou informações sobre o aumento da expectativa de vida entre os brasileiros.

São considerados em situação de pobreza os domicílios com renda inferior a US$ 6,94 por pessoa. Na extrema pobreza, residências com renda inferior a US$ 2,18 por pessoa. Para fazer os cálculos, o IBGE adota os parâmetros do Banco Mundial.

Os índices positivos são reflexo de uma combinação de fatores, como o aquecimento do mercado de trabalho e a transferência de renda, proporcionada por programas como o Bolsa Família, que beneficiam um setor expressivo da sociedade.

No entanto, os benefícios do recuo da pobreza e da extrema pobreza, como de outros índices, impactam de forma diferente regiões e segmentos sociais. A pobreza é mais elevada nas áreas rurais do que nas urbanas. Pessoas pretas e pardas são mais atingidas pela vulnerabilidade em comparação com a população branca.

Quanto às regiões, o Nordeste concentra a maior parte da população em situação de vulnerabilidade. Essas questões precisam ser consideradas na implementação das políticas públicas, de modo a evitar essas disparidades.

Também é preciso lembrar que, quando milhões de pessoas conseguem sair da pobreza e da extrema pobreza — devido a políticas públicas e ao aumento da oferta de empregos —, outras tantas continuam vivendo nessas condições inaceitáveis. No Brasil existem muitas urgências, é verdade, mas nenhuma mais premente do que acabar com a miséria em um País que é considerado o "celeiro do mundo", pela quantidade de alimentos que produz. É preciso mais pressa para reduzir as injustiças e as desigualdades.

 

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