O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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A operação que a Polícia Civil deflagrou na quinta-feira para cumprir 127 mandados de busca e apreensão e para bloquear recursos oriundos de ações criminosas está na direção indicada por especialistas para combater as facções: sufocar financeiramente o crime organizado.
Segundo informações da Polícia Civil do Ceará, a operação mirou o núcleo financeiro de uma facção criminosa com origem na cidade do Rio de Janeiro. Foram efetuadas 17 prisões e a Justiça autoriza o bloqueio de até R$ 50 milhões do núcleo financeiro criminoso, mostrando o poderio dos criminosos.
Guardadas as proporções, ações desse tipo inspiram-se na operação Carbono Oculto, cujo trabalho integrado entre a Receita Federal, Polícia Federal e outras instituições investiu contra um grande esquema de fraudes, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, atuando, inclusive, na economia formal, por meio de postos de combustível.
O que a Carbono Oculto ensina é que o problema não será resolvido apenas com a prisão de faccionados que dirigem os negócios em comunidades. Esses são elementos substituíveis, que agem na ponta da linha de um comando que atua em instâncias insuspeitas.
É preciso que as forças policiais e outras instituições ajam de forma integrada, fazendo prevalecer a inteligência, e evitando confrontos desnecessários, que põem em risco a vida da população. Somente assim será possível vencer a batalha contra as facções, que hoje se espalham por praticamente todo o território nacional.
As organizações criminosas, como vem repetindo o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator no Senado do PL Antifaccão, estão infiltradas em todas as instituições republicanas, no Judiciário, no Ministério Público, entre outras. No sistema político, elas influenciam eleições e financiam campanhas eleitorais.
No Ceará, Carlos Alberto Queiroz Pereira, eleito prefeito de Choró em 2022, está foragido até hoje, suspeito de manter ligação com facções criminosas.
Mais recentemente, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar — atualmente licenciado do cargo — ficou preso por uma semana, suspeito de vazar uma operação da Polícia Federal contra organizações criminosas.
Como afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Márcio Gutierrez, "não se trata apenas de tirar criminosos violentos de circulação, mas também de confiscar e bloquear patrimônio oriundo do tráfico e de outros crimes".
Com relação ao assunto tramitam no Congresso a PEC da Segurança Pública e o PL Antifacção. O importante é que essas duas medidas se tornem ferramentas para que o combate ao crime organizado se torne mais eficaz no Brasil.
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