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Natal, um chamado à promoção da paz
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Natal, um chamado à promoção da paz

Como bem definiu o arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão, OSB, "o Natal é notícia que nunca envelhece". Pelo contrário, renova-se a cada ano, a cada gesto cotidiano de solidariedade, a cada iniciativa prática de caridade, a cada ato de promoção da paz
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Em um texto recente, em que se dirige a um psicólogo da Itália que lhe pediu orientações, o papa Leão XIV resume uma indicação para o Natal, mas que pode ser usada como propósito para viver bem este período de reflexão: evitar compras excessivas. Em suma, menos consumo, mais presença.

Como alternativa para aproveitar este período de comunhão, o papa Leão propõe: "Convidemos para a ceia de Natal uma família pobre ou mesmo apenas uma pessoa sozinha". Segundo ele, a pobreza - seja material, seja existencial - continua sendo "uma urgência que não pode ser adiada".

Desse modo, chama-se à reflexão a fim de ser contemplada a beleza desta festa. É certo que, por ser lembrado o nascimento de Jesus, a celebração para os cristãos se faz de modo mais festivo, como um sinal de esperança e unidade. Uma das maiores festas da Igreja Católica, o Natal é comemorado com missas em horários particulares e solenidades marcantes para acolher o mistério do nascimento do Cristo.

Independentemente da crença religiosa, porém, o momento convida à reflexão e às festividades. É a época em que os familiares mais afastados se reveem, em que as pessoas viajam para o reencontro dos seus, em que um clima diferente, mais ameno e solidário, parece pairar sobre a sociedade. Sugere-se aproveitar, pois, tendo a certeza de que não pode nem deve ser um fim em si mesmo, mas um chamado à serenidade, ao perdão, à conexão com os demais e à trégua nos conflitos.

Como bem definiu o arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão, OSB, "o Natal é notícia que nunca envelhece". Pelo contrário, renova-se a cada ano, a cada gesto cotidiano de solidariedade, a cada iniciativa prática de caridade, a cada ato de promoção da paz. O "espírito natalino", tão corriqueiramente difundido, não perde jamais a força de comover, de reforçar uma narrativa coletiva de que o olhar deve ser voltado a quem mais precisa - seja de uma doação material, seja de um abraço.

É interessante quando gestos deste tipo se espalham por todo o ano, gerando um compromisso concreto com o bem-estar coletivo e a preocupação com o outro. Que esta época possa ser, assim, o começo disso tudo.

Em sua mensagem de Natal à sociedade, o arcebispo chama atenção para o sentido do Natal, destacando que a celebração vai muito além do apelo comercial e da troca de presentes materiais. Neste tempo, em que o mundo desacelera e volta seu cuidado para os ritos da noite deste dia 24, o sentido deve se manifestar, principalmente, na acolhida, na solidariedade e na oração. As ações que visam à paz e que põem uma trégua nos conflitos talvez sejam a forma mais genuína de oração.

A todos, um feliz Natal! n

 

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