O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A data de 3 de abril terá importância especial no ano de 2026, que começaremos a vivenciar na próxima quinta-feira. Trata-se do dia limite para quem ocupa cargo de confiança em gestões públicas, nos três níveis da estrutura federativa brasileira, e pretende buscar mandato eletivo em outubro, definir se permanecer nele ou, para atender determinação legal, pede afastamento. As projeções indicam que será muita gente nas várias instâncias.
Ministros e secretários estaduais e municipais precisarão obedecer o prazo caso tenham intenção de candidatura, em qualquer nível que isso venha a acontecer. Ação importante e necessária diante de um histórico lamentável que acumulamos de uso da máquina pública em favor de projetos pessoais, partidários ou de grupos políticos.
Nesse sentido, consideramos até irrelevante saber quantos precisarão se afastar dos cargos, no governo federal, na gestão estadual ou em prefeituras municipais. Em qualquer circunstância, fundamental mesmo será que as instâncias responsáveis pela fiscalização das campanhas consigam tolher abusos que se queira cometer a partir do uso do que é público para o atendimento do interesses pessoais.
A obrigação de afastamento dos cargos, prevista em regra da Constituição Federal, tem como principio básico garantir que os candidatos e as candidatas submetem-se a um quadro no qual estejam asseguradas as condições de igualdade. Claro que, nesse sentido, determinar o afastamento de quem estiver a ocupá-los para ter direito a entrar em campanha parece condição inicial para atender o espírito de justiça que deu base à ideia transformada em lei.
O processo eleitoral brasileiro, no entanto, precisa de muito mais do que isso para expressar o sentido efetivo do que deseja a população, através do voto e da maioria que se manifeste. Em relação àquilo que nos espera para 2026, especialmente considerando a realidade local, cearense, espera-se um debate mais qualificado acerca dos problemas que têm origem na ação de governo, dos erros eventuais cometidos pelo que exercem o poder atualmente e, traçado o diagnóstico, que sejam apresentadas as propostas de cada lado para o encaminhamento das soluções esperadas.
A troca de cadeiras que se espera para o começo de abril, com toda animação que pareça capaz de gerar no ambiente político, há de ser atendido no seu aspecto limitado, embora, reforcemos, necessário ao equilíbrio possível de forças. Deve preocupar mais aos políticos e aos partidos que cheguemos à campaha preparados para uma discussão de alto nível, que potencialize as fraquezas dos adversários, claro, faz parte, mas que busque também apontar os caminhos que podem nos levar a dias melhores. A democracia agradecerá se assim o for. n
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