O mundo da gastronomia estava apreensivo com o resultado do seu "Oscar", que foi anunciado no último dia 5 de outubro na cidade de Antuérpia, na Bélgica.

Algumas questões elevaram esse nível de apreensão:

- A premiação de 2020 foi cancelada devido à pandemia.

- Quais os restaurantes que se destacariam após esse período de luta pela sobrevivência?

- Quem se destacaria após a criação da nova regra que tirou da disputa os ex-campeões? Com essa regra saíram da disputa os restaurantes Mirazur (França), Osteria Francescana (Itália), Eleven Madison Park (Estados Unidos), El Celler de Can Roca (Espanha), The Fat Duck (Inglaterra) e The French Laundry (Estados Unidos).

E como acontece em todas as premiações que dependem dos votos de um grande números de especialistas, o resultado não deixou de gerar polêmicas. Mas vamos aos meus comentários sobre os principais resultados:

Em primeiro lugar ficou o já premiado Noma, do chef René Redzepi da Dinamarca. Apesar de já ter sido campeão nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2014, esse restaurante foi fechado em 2016 e reaberto em 2018, em novo endereço e com outro conceito. Por isso foi permitida a sua participação.

Em segundo lugar ficou o Geranium, também da Dinamarca. Copenhagen passa a ser a Meca da alta gastronomia.

Como já vinha acontecendo nos anos anteriores, ficou evidente porque o Peru foi escolhido pela OMT (Organização Mundial do Turismo) como o "melhor destino culinário do mundo" por 8 anos consecutivos, emplacando no 50 Best 2021, o quarto lugar com o Central, e o sétimo lugar com o Maido (um nipo-peruano).

Uma das surpresas, para alguns críticos, foi a décima-terceira colocação para o Don Julio (um restaurante de parrilla) da Argentina.

O Brasil, desta vez, ocupou a décima-sétima posição com a Casa do Porco Bar, o restaurante ítalo-caipira do chef Jefferson Rueda e de sua esposa e sócia Janaína.

Estes resultados nos dão um indicativo das tendências da gastronomia contemporânea. A exemplo do jovem chef René Redzepi (43 anos), que foi o grande campeão, o mundo está ávido por consumir uma gastronomia regional, que pode ser reinventada e refinada. Sinto que alguns dos trabalhos feitos pelos chefs cearenses caminham nessa direção. Temos potencial para nos destacar. Viva a gastronomia!

20 primeiros lugares do ranking:

1. Noma (Copenhague, Dinamarca)

2. Geranium (Copenhague, Dinamarca)

3. Asador Etxebarri (Axpe, Espanha)

4. Central (Lima, Peru)

5. Disfrutar (Barcelona, Espanha)

6. Frantzén (Estocolmo, Suécia)

7. Maido (Lima, Peru)

8. Odette (Singapura)

9. Pujol (Cidade do México, México)

10. The Chairman (Hong Kong)

11. Den (Tóquio, Japão)

12. Steirereck (Viena, Áustria)

13. Don Julio (Buenos Aires, Argentina)

14. Mugaritz (San Sebastian, Espanha)

15. Lido 84 (Gardone Riviera, Itália)

16. Elkano (Getaria, Espanha)

17. A Casa do Porco (São Paulo, Brasil)

18. Piazza Duomo (Alba, Itália)

19. Narisawa (Tóquio, Japão)

20. DiverXO (Madri, Espanha)