"O Douro é um excesso de natureza (...) Um poema geológico. A beleza absoluta". Pego emprestados esses trechos de um poema do poeta português Miguel Torga para tentar expressar uma de minhas maiores emoções durante uma viagem por terras lusitanas....

O Rio Douro nasce na Espanha, percorre 900 km, cortando em seu último trecho o norte de Portugal, desembocando na cidade do Porto. No trecho espanhol suas águas são protegidas pelo Parque Nacional Arribas do Douro.

Em terras portuguesas, suas águas banham a Região Vinhateira do Alto Douro, que produz vinhos há mais de 2.000 anos e foi classificada pela Unesco, em 2001, como Patrimônio da Humanidade. Esta é a mais antiga região demarcada do mundo, por iniciativa do Marquês de Pombal em 1.756. As principais uvas cultivadas são Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Francesa, Tinto Cão, Tinta Amarela e Tinta Barroca.

A combinação das características dessas castas produz vinhos maravilhosos. E além de vinhos fabulosos, essa região produz o icônico Vinho do Porto, que merece um destaque nesta coluna.

O Vinho do Porto é obtido pela adição de aguardente de uvas antes do final do processo de fermentação, que consequentemente é interrompido. Como nem todo o açúcar se transforma em álcool, o vinho fica adocicado. Acredita-se que a descoberta desse processo tenha sido casual, na tentativa de se obter uma maior durabilidade do vinho que era produzido na região do Douro e transportado para o Reino Unido. Os tipos desse vinho são: o Branco, os tintos Ruby e Tawny e o Rosé.

Como o Vinho do Porto é adocicado e fortificado, as maiores possibilidades de harmonização estão nas entradas e sobremesas. Finalizo, compartilhando a experiência inesquecível em Porto, na margem oposta ao Cais da Ribeira. Atravessando a Ponte Luís I, você já estará em Gaia. Nesta margem ficam as Caves dos grandes produtores de Vinho do Porto e um calçadão com bons bares e restaurantes. Basta um cálice com um Pastel de Natas para degustar toda a história e a magia do Rio Douro.