A crise do coronavírus, mesmo com tímido achatamento na curva epidemiológica no Estado, ainda é considerada um assunto preocupante, principalmente no Interior. Para combater o contágio, membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) e médicos especialistas orientam, desde o início da pandemia, a higienização das mãos com maior frequência usando água e sabão.

Mas o que fazer quando não há água nas torneiras? Essa pergunta tem deixado a população de Maranguape assustada e sem saber a quem reclamar a falta d’água. Várias notificações foram feitas ao órgão: nenhum delas resolveu a situação do desabastecimento. Onde está o poder público que não se manifesta?

Há duas semanas que o município enfrenta um colapso no abastecimento de água potável, mas não é novidade, pois já faz algum tempo que esse serviço deixa a desejar. A situação se agravou em bairros como no Novo Parque Iracema, na zona urbana, e nos distritos de Umarizeiras, Lages e Boa Vista dos Vieiras. Na zona rural, as famílias recorrem às nascentes, cacimbas e açudes existentes nos arredores das comunidades afetadas, todavia, vale destacar que a qualidade da água é questionável.

Devido ao grave problema de desabastecimento, algumas famílias estão comprando água para beber e para cozinhar, porém, por falta de recurso, levando em consideração que apenas 12% da população de Maranguape está empregada, segundo dados do IBGE, cidadãos se arriscam ao consumo de água salobra. Além disso, há também o grande risco de contaminação após ingestão da água “in natura”, fato que pode ocasionar a transmissão de variadas enfermidades de natureza infecciosa.

Se faz necessário retornar a temática da covid-19 no município, já que Maranguape confirmou 1.498 casos, com 1.206 curados e 91 óbitos. E, agora, como evitar a disseminação da doença que já matou milhares sem água nas torneiras? A população de Maranguape merece respeito! Água de qualidade para todos!

Jefferson Abreu é jornalista