
O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
Uma das dimensões das universidades e dos institutos federais, esquecida historicamente, é seu papel social para: i) garantir a responsabilidade social da ciência; ii) promover a formação da cidadania democrática; e iii) contribuir para o desenvolvimento humano por meio da formação do/a estudante como agente de desenvolvimento sócio-político-cultural, conforme pontua o Prof. Vallaeys em sobre o papel da responsabilidade social das UFs/IFs.
Pensar a tríade (ensino, extensão e pesquisa) sem o compromisso da responsabilidade social é ignorar as interferências políticas, econômicas, culturais e tecnológicas de nosso tecido social no dia a dia das instituições de ensino.
Apoiar a continuidade dos projetos de poder nestas supracitadas entidades de educação é assinar um cheque em branco para aprofundar a invisibilidade do papel social que deveríamos cumprir desde sempre e é esquecida pelas pautas do cotidiano.
Hoje vivemos um tecnicismo exorbitante em detrimento dos compromissos para uma formação humanística. Cumprem-se protocolarmente as políticas sociais, mas silencia a efetiva participação dos agentes políticos e sociais dos diversos segmentos da instituição.
Faça a seguinte pergunta: *você está feliz com os programas, projetos e ações de sua instituição na dimensão da responsabilidade social?* Eu, aqui no IFCE, ando muito triste (e até angustiado) com a total ausência de sensibilidade social, por isso deposito tanta fé nas frentes democráticas, surgidas nos últimos dias, com apelos de mudanças das práticas, ideias e posturas de gestão institucional.
O discurso bancário de alguns gestores, quanto a compreensão das universidades e dos institutos federais como uma empresa privada, *é a tutela tácita para a redução da participação do Estado nos investimentos da educação do nosso povo* e da continuidade dos métodos mais cruéis de perseguição, exclusão e de participação direta das diversas comunidades, dos/as servidores às/aos estudantes.
Somado ao cenário esboçado em tela, tem-se os elementos de sustentabilidade institucional, desconectados dos compromissos social e cultural, que legitima os ataques contra a educação pública, gratuita e de qualidade. É, ressalvadas às proporções, um apoio indireto a redução dos quatro bilhões que a educação perderá no orçamento de 2021.
A interação entre a academia e o mercado é necessária e (até) urgente, mas precisa ser feita com responsabilidade, planejamento e participação de todos/as atores/as.
Sem a mudança/alternância de poder, não alcançaremos o sonhado desenvolvimento científico, social, político, econômico e cultural.
Está em nossas mãos o dever de começar este processo de ressignificação do papel da nossa instituição. Caso contrário, aliando-se ao projeto de poder em curso nas últimas quatro décadas, estaremos legitimando o atraso pelo próprio exercício do sufrágio universal do voto.
Com todo respeito e reconhecimento aos agentes que contribuíram até hoje para a instituição, eu estou/estarei do lado de um novo capítulo na perspectiva sócio-humanista do IFCE.
E você? Vai ser uma agente de mudança ou comprará a narrativa de uma velha vestimenta tirada do fundo do baú e que será vendida como nova? *Quem ficou décadas no poder e não fez até hoje, não fará no próximo quadriênio.*
Deixo esta reflexão especialmente para nossos/as técnicos administrativos, docentes e estudantes. O futuro da nossa casa acadêmica está em nossas mãos. #mudaIFCE #IFCESomosNós
Ivan Oliveira é professor do IFCE
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