Logo O POVO+
Artigo - "Falta razão, falta educação"
Foto de Eliomar de Lima
clique para exibir bio do colunista

O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - "Falta razão, falta educação"

Com o título "Falta razão, falta educação", eis artigo de Emília Buarque, presidente do Lide Ceará. "Em meio a todo este desastre, prevaleceram o corporativismo dos sindicatos de professores e o cálculo do risco político em detrimento do futuro de crianças e jovens brasileiros", diz a articulista, que defende retorno das escolas. Confira:
Tipo Opinião
Emília Buarque 
Presidente da Lide Ceará (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Emília Buarque Presidente da Lide Ceará

É incrivelmente descabida e incompreensível a condução em torno da gestão da educação no Brasil neste 2020. OMS, Unicef e Unesco declararam recentemente que apoiam a volta às escolas e destacaram que hoje quase 900 milhões de crianças no mundo estão longe das salas de aula.

O Unicef anunciou que 1,6 bilhão de crianças não tiveram aulas presenciais na pandemia em 192 países e quase meio bilhão ficou sem qualquer acesso a aprendizagem neste período, ou porque a escola não ofereceu aula virtual ou porque os alunos não tinham acesso à internet, computadores ou celulares. Segundo a diretora do Unicef, Henrietta Fore, ficará mais difícil quebrar o ciclo da pobreza e escolas fechadas por muito tempo têm efeito devastador. Sabe-se que 3/4 dos países já voltaram às aulas e isto não afetou as curvas de contágio. De outro lado, as crianças em casa ficam mais expostas à violência física e emocional e mais susceptíveis ao trabalho infantil.

"O mundo todo já sabe que não faz sentido abrir bar antes de escola", disse a vereadora Janaína Lima (SP), autora do Marco Legal da Primeira Infância.

Em maio deste ano, pesquisa do Conselho Nacional de Juventude e instituições parceiras ouviu mais de 33 mil jovens do País, em sua maioria no ensino médio. Quase 30% disseram que pensam em abandonar os estudos quando a pandemia passar e quase a metade dos que se preparam para o Enem admitiram a hipótese de desistir do exame. O Brasil tem hoje a maior geração de jovens da história (1/4 da população), que antes da pandemia já lidava com vários desafios como o desemprego.

Em meio a todo este desastre, prevaleceram o corporativismo dos sindicatos de professores e o cálculo do risco político em detrimento do futuro de crianças e jovens brasileiros. Nestes sete meses foi criado um passivo que repercutirá pelas próximas gerações, tanto na área social quanto econômica.

Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna e principal voz em defesa da educação no Brasil, diz que, como as crianças não têm sindicatos, não votam e não fazem greve; são invisíveis e ficam reféns desta situação.

Concordamos que o retorno às aulas deve ser gradual e seguindo os protocolos, ouvindo especialistas em saúde, mas também em educação. Está em risco o futuro de crianças e jovens, como também o de uma nação inteira. Todos serão impactados invariavelmente.

*

Foto do Eliomar de Lima

Informação atual é como pão quente. Bom demais. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?