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Artigo - Para superar a crise da Covid-19, é preciso mais que Vacinas!"
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - Para superar a crise da Covid-19, é preciso mais que Vacinas!"

Com o título "Para superar a crise da Covid-19, é preciso mais que Vacinas!", eis artigo de Antonio Gomes, professor do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará. Ele fala da importância da Ci~encia nestes tempos de pandemia. Confira:
Tipo Opinião
Antonio Gomes é pesquisador e professor da UFC (Foto: REPRODUÇÃO)
Foto: REPRODUÇÃO Antonio Gomes é pesquisador e professor da UFC

Um ano de pandemia já passou e muitas das previsões e dos cenários que a ciência apontou se confirmaram. O conhecimento da biologia molecular permitiu um desenvolvimento muito rápido de várias vacinas, todas eficientes e usando diferentes tecnologias, umas bastante inovadoras. A ciência, por enquanto tratada como super-heroína, fez muito bem a sua parte. Isso é suficiente para que a vida volte ao normal? Infelizmente não. A vida na sociedade vai muito além da ciência, de fato, ela é regida e definida pelas relações sociais, de forma geral, pela política.

As estratégias usadas por diferentes governos foram as mais variadas, indo das mais desastrosas que desprezaram o conhecimento científico, até aquelas muito focadas apenas no conhecimento agregado no que se chama STEM (sigla do inglês para designar Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). A dinâmica das ações implementadas nesse período demonstrou claramente que é preciso considerar de forma séria os conhecimentos inerentes ao comportamento humano, tanto na dimensão individual como coletiva (a cultura de forma ampla).

Além do STEM que nos fornece as ferramentas para combater a doença, é preciso levar para a mesa das decisões políticas os conhecimentos agregados no SHAPE (sigla do inglês para designar Ciências Sociais, Humanidades e artes para pessoas e economia), pois ali estão as pistas do que acontece no dia a dia, ou seja, como as pessoas percebem e fazem (ou não!) o uso das ferramentas, por exemplo, se aceitam ou não usar máscaras, se aderem às medidas de isolamento, ou até mesmo porque hesitam em serem vacinadas. Por melhores que sejam os instrumentos elaborados pelo lado técnico que oferece soluções para a crise, eles só terão os efeitos máximos se as pessoas se engajarem. Resumindo, o que é efetivo é a Vacinação (movimento social) e não somente as vacinas (produto tecnológico).

STEM e SHAPE geraram muitos conhecimentos, muitos dados quantitativos e apreciações qualitativas a respeito da crise atual, e eles devem ser usados pelos governos para implementarem medidas que aliviem a grave crise social instalada, incluindo o descrédito crescente da população na política. Os rumos dessa década serão ditados por esse momento, e a mesma se inicia demandando líderes que sejam capazes de construir pactos sociais por meio dos princípios da boa política, menos arrogância, mais apreço ao conhecimento, mais diálogo interno, mais diplomacia externa, e principalmente, uma grande capacidade de compartilhar as responsabilidades.

Em 2022, graças à democracia, os brasileiros terão a oportunidade de escolher seus líderes. Que façamos as melhores escolhas, caso contrário, essa década poderá ter um desfecho pior que o início.

*Antonio Gomes,

Professor do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará.

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