
O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
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O curso de Medicina é dividido em três momentos distintos: ciclo básico, ciclo clínico e internato, com duração de dois anos cada. Durante o ciclo clínico é essencial a estruturação prática e teórica, unindo aulas tradicionais ao atendimento de pacientes reais, visto a essencialidade de treinar habilidades médicas para a formação dos estudantes, tais como a investigação da história clínica por meio de anamnese e exame físico.
Após esse momento da graduação, os estudantes ingressam no internato, quando passam a atender nos grandes hospitais e nos postos de saúde, executando parte essencial dos serviços de atendimento à população. Portanto, é fundamental que os acadêmicos tenham habilidades e competências médicas consolidadas até esse momento de conclusão do curso para, assim, oferecer um atendimento de qualidade e ter seu aprendizado maximizado.
No entanto, com o início da pandemia de COVID-19, a maioria das atividades presenciais foi paralisada, restando apenas aulas de ensino remoto aos estudantes, por meio de plataformas on-line. Apesar de, em geral, suprirem a demanda de aulas teóricas, elas não são suficientes para a formação adequada de um profissional da saúde, pois a graduação médica é essencialmente prática.
Há um ano, estudantes estão sem o devido contato com pacientes, o que prejudica o aprendizado de, por exemplo, técnicas de exame físico, percepção de sinais clínicos básicos e construção de uma história clínica satisfatória. Todos estes são conhecimentos básicos para a formação do profissional da saúde.
Por este motivo, muitos estudantes da saúde, em especial os do curso de Medicina, estão reivindicando o direito à vacinação para que haja o reinício das aulas práticas presenciais, a fim de consolidarmos os conteúdos vistos nas aulas teóricas com os pacientes dos ambulatórios. O grupo elaborou, inclusive, um abaixo assinado, onde já colheu mais de 700 assinaturas.
“Muitos internos já foram vacinados, com muita dificuldade, mas foram pela necessidade que os hospitais têm desse público para a continuidade dos serviços de saúde. Entretanto, em um futuro próximo, os alunos do ciclo clínico entrarão no internato e precisam das aulas práticas para acumular habilidades para essa fase muito importante. Afinal, pensamos também no futuro como médicos capacitados para atender a população,” explica a acadêmica do 6º ano do curso de Medicina da UFC, Sophia Martins, uma das responsáveis pela reivindicação.
Ainda segundo ela, adiar a vacinação desse grupo implica menos aulas práticas, menos atendimentos à população, menor capacitação para os médicos em formação e maior insegurança para o estudante e o paciente.
A estudante esclarece que os acadêmicos da área da saúde estão previstos como prioridade na vacinação contra COVID-19, evidenciado pelo cadastro estadual de vacinação e pelo Ministério da Saúde, que incluem “Acadêmicos em Saúde e estudantes da área técnica em saúde hospitalar, atenção básica, clínicas e laboratórios” na primeira fase de vacinação.
Esse fato pode ser comprovado pela orientação técnica do Ministério da Saúde OFÍCIO Nº 234/2021/CGPNI/DEIDT/SVS/MS de 11 de março de 2021 e pelo PLANO NACIONAL DE OPERACIONALIZAÇÃO DA VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 publicado pelo Ministério da Saúde em 29 de janeiro de 2021. “Portanto, a reivindicação de vacinação para os acadêmicos de saúde é mais que uma necessidade, mas também um direito do estudante, com respaldo dos documentos oficiais das principais instituições públicas envolvidas,” finaliza Sophia Martins.
Outro lado
Da assessoria de comunicação da UFC, recebemos:
Logo que os estudantes se matriculam no Internato Médico, a UFC envia uma lista com os nomes desses alunos à Secretaria da Saúde de Fortaleza, responsável pela convocação e aplicação das vacinas contra a covid-19.
Da turma mais recente a iniciar o período de Internato, no mês de abril, todos já foram vacinados com a primeira dose ou convocados a se vacinar.
Caso desejem, os estudantes podem optar por suprimir a matrícula no Internato neste momento, cumprindo posteriormente este componente curricular, sem prejuízos ao Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) ou ao tempo de conclusão do curso.
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