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Artigo - A mentira de um senador da República das Fake News
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - A mentira de um senador da República das Fake News

"Girão mente compulsivamente quando se refere ao Hospital de Campanha do PV, montado emergencialmente pela Prefeitura de Fortaleza para atender os pacientes da covid-19", aponta em artigo o vereador Julio Brizzi
Tipo Opinião
Júlio Brizzi é líder do PDT na Câmara Municipal de Fortaleza (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Júlio Brizzi é líder do PDT na Câmara Municipal de Fortaleza

Vivemos uma democracia, ainda bem! Conquistamos, com a luta e o sacrifício de muitos que morreram nos porões da ditadura, o direito de manifestação e da luta política sem a perseguição das polícias.

Pena que no tempo presente, alguns agentes públicos utilizam essas prerrogativas que só a democracia proporciona exatamente para desrespeitar um dos princípios básicos da urbanidade e da convivência democrática.

Tenho acompanhado algumas entrevistas do senador cearense Eduardo Girão, que se alinhou com o que de mais nefasto a política brasileira tem na atualidade, e vejo como ele enquadra-se no perfil dos mais ferrenhos adeptos da república das fake news, patrocinado de forma intensiva pelo dito gabinete do ódio que faz do bolsonarismo essa sentença de morte que paira como uma ameaça sobre a cabeça do povo brasileiro.

Choca vê-lo incorporar-se à tropa de choque da família bolsonarista no Congresso Nacional. A sua atuação para aprovar um requerimento ampliando atribuições da CPI da COVID, numa tática diversionista em que tenta imputar mal-feitos por parte de governadores e prefeitos, tentando, despudoradamente, livrar a cara dos muito prováveis crimes do governo federal, é prova inconteste de como ele está alinhado com o vil bolsonarismo.

Tentando viabilizar aqui no Ceará um projeto de poder que tem as fake news como ingrediente majoritário, o senador Girão mente compulsivamente quando se refere ao Hospital de Campanha do PV, montado emergencialmente pela Prefeitura de Fortaleza para atender os pacientes da COVID-19, na primeira onda, no ano de 2020.

Mente nos valores e, aqui, apresento os números reais.

Para montar toda a estrutura do hospital de campanha a Prefeitura gastou R$ 2,64 milhões.

Para cobrir todas as despesas de custeio do hospital, onde estão os gastos com medicamentos e insumos, a remuneração de todos os mais de 500 profissionais da saúde que ali trabalharam, a PMF desembolsou, ao cabo de cinco meses de operação, R$ 48 milhões. O hospital atendeu, com 224 leitos, um total de 1.239 pacientes, salvando 1.025 vidas.

O senador fala por aí em 90, em R$ 100 milhões, como sendo o que a Prefeitura gastou com o hospital de campanha. Mentira!!

Havia a previsão inicial de um valor global de até R$ 90 milhões. Mas esse valor só seria empregado se o hospital fosse operar durante um período de um ano (doze meses) com toda a estrutura montada com leitos de UTI. O que não foi o caso.

O hospital, que foi instalado no tempo recorde de 25 dias, inaugurado no dia 18 de abril, foi necessário por cinco meses e, depois de dois meses e meio sem pacientes, foi desativado porque a estrutura hospitalar do município já estava sendo ampliada de forma definitiva para atender a população.

No ano passado, por exemplo, a Prefeitura concluiu e entregou o IJF2, concluiu e entregou o Hospital da Criança e ampliou o número de leitos em Frotinhas e Gonzaguinhas.

Hoje, Fortaleza tem na rede hospitalar municipal um número de novos leitos superior aos 791 que foram montados emergencialmente para atender os pacientes da primeira onda da COVID-19.

Caso mantivesse a estrutura montada sem nenhuma utilização efetiva, o município estaria desperdiçando dinheiro público. Seria uma despesa desnecessária e sem o devido amparo legal para sua justificativa.

Na sanha de postar-se como arauto da moralidade, o senador esquece de ser intelectualmente honesto e arvora-se na prática política que é a marca registrada de um grupo político que, a partir de Brasília, desencadeia tudo o que um governo da União não deve fazer: prescrever a morte como terapêutica, na mais avassaladora crise sanitária da história da humanidade.

Infelizmente, de práticas e agentes dessa estirpe a política não está imunizada.

Lamento pela nossa gente porque, para tristeza do povo cearense, tão carente de figuras públicas que tenham empatia com a dor e as reais necessidades da população, o resultado das urnas que o guindou ao Senado Federal não tem a resposta que buscou quando embarcou numa candidatura que hoje, no exercício do mandato, transformou-se apenas num fantoche da política genocida do bolsonarismo.

Júlio Brizzi é vereador e líder do PDT na Câmara Municipal de Fortaleza

Foto do Eliomar de Lima

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