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CPI da Covid: Ernesto diz que nunca foi contra iniciativa Covax Facility
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

CPI da Covid: Ernesto diz que nunca foi contra iniciativa Covax Facility

Ex-chanceler disse à comissão que partiu do Ministério da Saúde a decisão de aderir à quantidade mínima de doses no Covax
Tipo Notícia
Ernesto Araújo afirma que Itamaraty buscou insumos da cloroquina no exterior a pedido do Ministério da Saúde (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad)
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad Ernesto Araújo afirma que Itamaraty buscou insumos da cloroquina no exterior a pedido do Ministério da Saúde

O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse à CPI da Covid, nesta terça-feira, que nunca foi contra a iniciativa Covax Facility, projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Aliança Gavi e da Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (CEPI), que trabalha para a aquisição e distribuição de vacinas contra Covid-19 para os países mais pobres. O acordo do Brasil com o consórcio prevê 42 milhões de doses, capaz de imunizar apenas 10% da população com as duas doses. Governo teria negado acordo para imunizar 50%.

"Jamais fui contra a iniciativa Covax. Em Genebra, o Itamaraty esteve atento ao ACT (Projeto Acelerador de Vacina) para acelerar vacinas e diagnósticos da Covid. Assim que Covax tomou forma, em 2 de julho de 2020, eu mesmo assinei carta para o gestor do Covax dizendo que o Brasil tinha interesse em entrar. Ainda não havia modelo de contrato estabelecido", disse Ernesto.

O ex-chanceler disse que a decisão de aderir aos 10% coube ao Ministério da Saúde, e que a formalização do pedido foi encaminhada ao Itamaraty. Araújo, no entanto, disse não lembrar o formato em que as recomendações foram enviadas — se por carta, fax, email ou telefonema, conforme questionou Renan Calheiros (MDB-AL). O relator lembrou que Ernesto escreveu em seu blog que a OMS fazia parte de um plano comunista. Porém, o ex-chanceler negou e disse que apenar citou um autor. Ernesto disse que a pergunta começou com uma declaração errada dele e que jamais foi contra a Covax.

O consórcio envolve 150 países e foi criado para impulsionar o desenvolvimento e a distribuição das vacinas contra a Covid. Nas redes sociais, Ernesto chegou a manifestar incômodos à aliança global e chegou a escrever em um blog que a OMS fazia parte de um plano "para instaurar o comunismo no mundo". A resistência de Araújo a acordos com a OMS, ainda em 2020, se alinhava com o pensamento do ex-presidente Donald Trump e bolsonaristas.

A situação só mudou quando entrou em campo a embaixadora Nazareth Azevêdo, então representante do Brasil para a ONU em Genebra. Azevêdo insistiu longamente com Araújo, explicando que, se não aderisse ao Covax Facility, o Brasil perigava não ter nenhuma vacina. Depois de muitas negativas, o chanceler cedeu e, agora, diz que sempre trabalhou pela vacina.

(Com O POVO Online e Agências)

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