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Artigo - Camilo, o mercador da política
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - Camilo, o mercador da política

"O Ceará é hoje uma das maiores escolas do país na formação do político mercador", aponta em artigo o sociólogo e consultor político Luiz Cláudio Ferreira Barbosa
Tipo Opinião
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo e consultor político (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo e consultor político

Houve um tempo em que ser filiado a um partido político representava o perfil ideológico de seus filiados. Socialistas, comunistas, democratas, liberais... todos bem definidos nas siglas partidárias. Claro que havia subdivisões nas bandeiras do próprio ideal partidário, diante daqueles que defendiam o capital, o trabalhador, a educação, a saúde, a cultura, o meio ambiente, o esporte, a juventude, os direitos humanos, a mulher, as minorias, a maioria... tudo de acordo com o viés partidário.

Mas a política há muito rompeu com a ideologia e virou um negócio rentável para os partidos. Quantidade se sobrepõe à qualidade, principalmente se vier com mandato. O fundo partidário passou a ditar regras, antes ditadas pela ética.

E muitos partidos políticos são atualmente verdadeiros balcões de negócios...

O Ceará é hoje uma das maiores escolas do país na formação do político mercador. Com mérito de uma “política autoempreendedora”, o grupo liderado pelos Ferreira Gomes mostra ao longo dos anos como se manter no poder, diante da hábil troca de partidos.

Atualmente no PDT, o grupo já teve o partido como principal adversário. O mesmo ocorreu com o PPS, PSB e o PROS, esse último sendo o atual adversário. O grupo também já esteve no PMDB e no PSDB, mas então no campo ideológico.

Com quase duas décadas no poder, o grupo se reinventa a cada ciclo. A última grande estratégia foi abrir uma espécie de filial, que atualmente subjuga o Partido dos Trabalhadores (PT), tendo como “gerente” o governador Camilo Santana.

Não é preciso ser economista ou administrador de empresas para entender que o PT no Ceará é um “puxadinho” do PDT. Basta conferir a pouca representatividade do partido no Governo do Estado, além da perda de prefeituras, mesmo Camilo na condição de governador em duas eleições municipais.

Apesar de nunca ter se destacado como liderança, Camilo sabe “estar liderança”. E não mede consequências para se valer do cargo maior no Estado.

Prestes a apresentar contas com o PT nacional, Camilo colocou em prática o seu perfil de “mercador” e filiou 12 prefeitos ao partido. O governador levará à direção nacional um total de 29 prefeituras, entre peixes pescados e peixes comprados. E daí, se 41% das prefeituras não foram conquistadas pelo PT por meio do voto? O que vale é o cardume.

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo e consultor político

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