O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
Nós, professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, honrando nosso compromisso histórico primeiro de defesa da vida, não poderíamos nos omitir perante a sociedade, concernente aos fatos recentes da maior gravidade para a saúde pública no Brasil, em consequência da rejeição do parecer técnico da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC).
O progresso da Medicina só alcançou o estágio atual graças ao trabalho dedicado e paciente dos cientistas, que, baseados no método científico, e não em interesses ideológicos espúrios ou crenças infundadas, puderam demonstrar a segurança e a eficácia de novos tratamentos e novas tecnologias para promoção da saúde dos povos. Assim, ao longo da História, milhões e milhões de vidas foram salvas devido ao controle ou à erradicação de várias doenças pelas vacinas, pelo uso de medicamentos ou mesmo pelo advento dos transplantes de órgãos, por exemplo.
A Pandemia de Covid-19 representa a maior ameaça e o maior desafio para a saúde pública da nossa época, tendo suprimido, numa rapidez assustadora, milhões de vidas preciosas no Brasil e em todo o mundo. Somente o esforço sem precedentes da Ciência, com o desenvolvimento de vacinas eficazes e seguras, possibilitou a redução da velocidade da ocorrência de mortes decorrentes da Covid-19, trazendo esperanças para a humanidade.
Também foram especialistas e cientistas brasileiros, com assento na CONITEC, respaldados pela análise rigorosa, eminentemente técnica, do melhor da evidência científica já produzida e publicada nos periódicos de maior rigor acadêmico no mundo, das diretrizes terapêuticas das mais renomadas sociedades de especialidades médicas do mundo e do Brasil, que definiram claramente pela não recomendação do tratamento medicamentoso com cloroquina/hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanida ou azitromicina dos pacientes com Covid-19, pois não há evidência que mostre qualquer benefício clínico desses fármacos para essa doença, infelizmente.
Embora o parecer da CONITEC, como ocorre de praxe, tenha sido uma demanda do próprio Ministério da Saúde, os membros do comitê, os cientistas, as sociedades médicas e a sociedade, de um modo geral, foram surpreendidos pela decisão, à revelia da recomendação fundamentada no melhor do conhecimento científico e, em última análise, de uma recomendação que visa a proteger a vida dos brasileiros, de o Ministério da Saúde manter a indicação de tratamentos ineficazes para a Covid-19. Com essa decisão, a um só tempo, o Ministério da Saúde coloca em risco a vida dos cidadãos, promove informações falsas, desqualifica o corpo técnico capacitado para regular a segurança e a oportunidade da incorporação de novos medicamentos e novas tecnologias do SUS e abre espaço para a utilização dos recursos da saúde em tratamentos ineficazes, com as consequências dramáticas
já experimentadas há exatamente um ano pela população em Manaus, bem como um precedente perigosíssimo para futuras tomadas de decisões sem respaldo da Ciência.
Na Faculdade de Medicina, como professores, temos a enorme responsabilidade de ensinar conhecimentos e tecnologias que salvam vidas para as novas gerações de médicos que virão. Mais do que isso, temos o compromisso ético e cidadão de não calar quando a saúde da população está sendo colocada em risco. Por isso, deixamos aqui o mais veemente repúdio contra a decisão autoritária, arbitrária, sem respaldo científico, do Ministério da Saúde em manter a indicação de tratamentos ineficazes, à revelia da decisão contrária da CONITEC.
Todos pela vida e em defesa da ciência!
Adalberto de Paula Barreto
Alberto Novaes Ramos Jr.
Aline Almeida Figueiredo Borsaro
Almir de Castro Neves Filho
Álvaro Madeiro Leite
Ana Angélica Lustosa Bittencourt de Araújo
André Alencar Araripe Nunes
Annya Costa Araújo de Macedo Góes
Armenio Aguiar dos Santos
Carlos Henrique Alencar
Carlos Roberto (Cabeto) Martins Rodrigues Sobrinho
Carmem E. Leitão Araújo
Cataria Brasil d’Alva
Charlys Barbosa Nogueira
Christiane Araújo Chaves Leite
Daniel Willian Lustosa
Deysi Viviana Tenazoa Wong
Eanes Delgado Barros Pereira
Eugênio de Moura Campos
Francisca Cléa Florenço de Sousa
Francisco das Chagas Medeiros
Francisco Herlanio Costa Carvalho
Guilherme Alves de Lima Henn
Gustavo Rêgo Coêlho
Jarbas de Sá Roriz Filho
Jesus Irajacy F da Costa
João Joaquim Freitas do Amaral
Jorge Luiz Nobre Rodrigues
José Eleutério Jr.
José Milton de Castro Lima
Josenilia Alves Gomes
Kristopherson Lustosa Augusto
Leonardo Robson Pinheiro Sobreira Bezerra
Ligia Kerr
Lisandra Serra Damasceno
Luciana Passos Aragão
Magda Moura de Almeida
Manoel Alves Sobreira Neto
Manuela Vasconcelos de Castro Sales
Marcellus Henrique Loiola Ponte de Souza
Marcelo Alcântara Holanda
Marcelo Leite Vieira Costa
Márcia Maria Tavares Machado
Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro
Marcos Rabelo de Freitas
Maria de Fátima Vitoriano de Azevêdo
Maria Lúcia Magalhães Bosi
Maria Vaudelice Mota
Maxmiria Holanda Batista
Miguel Ângelo Nobre e Souza
Paola Tôrres Costa
Patrícia Rolim Mendonça Lôbo
Pedro Braga Neto
Pedro Felipe Carvalhedo de Bruin
Pedro Marcos Gomes Soares
Raquel Autran Coelho Peixoto
Raquel Maria Rigotto
Ricardo José Soares Pontes
Ricardo Othon Sidou
Rivianny Arrais Nobre
Robério Dias Leite
Roberto César Pereira Lima Júnior
Roberto da Justa
Rômulo Rebouças Lôbo
Ronald Feitosa Pinheiro
Sandra Maria Nunes Monteiro
Silvânia Maria Mendes Vasconcelos
Silvia Maria Meira Magalhães
Sílvio Paulo da Costa Araújo Rocha Furtado
Terezinha do Menino Jesus
Valeria Goes Ferreira Pinheiro
Vilma de Lima.
Virgínia Oliveira Fernandes Cortez
Xinaida Taligare Vasconcelos Lima
Zenilda Vieira Bruno
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