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Artigo - "No domingo, eles passarão, nós passarinho"
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - "No domingo, eles passarão, nós passarinho"

Com o título "No domingo, eles passarão, nós passarinho", eis artigo de Haroldo Barbosa, jornalista. "Não podemos dar chance ao genocida, que ocupa o cargo de presidente, a ter mais um mês de campanha, arrastando para um segundo turno a eleição", diz o articulista. Confira:
Tipo Opinião
BOLSONARO estará hoje, feriado da Independência, em atos em Brasília e no Rio de Janeiro (Foto: Alan Santos/Presidência da República)
Foto: Alan Santos/Presidência da República BOLSONARO estará hoje, feriado da Independência, em atos em Brasília e no Rio de Janeiro

Domingo eu vou votar. E vou votar com a certeza de que não estamos vivendo uma eleição normal.

Como escreveu Conrado Hübner, professor da USP, em artigo intitulado É voto de sobrevivência, não é voto útil: “A eleição presidencial de 2022 converteu-se numa eleição existencial. Se quiser provas, percorra as páginas do jornal de hoje, de ontem, de amanhã. Não se compara com qualquer eleição entre 1994 e 2014. Nem mesmo à eleição de 2018. Por nenhum critério relevante. Somente a indiferença ou a cegueira à espiral da violência política, do armamento militante de grupo atiçado por filosofia política da supressão do mais fraco, levam a conclusão diferente.”

É uma eleição para começar a pôr fim a essa distopia presente, na qual o Brasil se enfiou.

Um exemplo: temos 33 milhões de pessoas que não têm o que comer no país. Regredimos 30 anos em quatro. Para quem pode se alimentar, isso parece só um número. Não é. Essa fome não é a que você sente entre o almoço e o jantar. Sei porque já passei.

Não podemos dar chance ao genocida, que ocupa o cargo de presidente, a ter mais um mês de campanha, arrastando para um segundo turno a eleição e facilitando uma tentativa de golpe, aprofundando esse clima de ódio com agressões, assassinatos, mentiras e medo.

Bolsonaro se alimenta de ódio e confusão. Citando novamente Hubner “um segundo turno é a colher de chá que deseja: o prêmio de quatro semanas em que pode disparar, sem afetar interesses eleitorais de aliados, seu arsenal atômico”. A eleição para presidente precisa ser resolvida em 1º turno, neste domingo.

Não há terceira via na luta contra o fascismo. Esse discurso de “despolarização” de Simone Tebet e, principalmente Ciro Gomes, podem dar a Bolsonaro o que ele quer. Até Xuxa e Angélica Huck, que já declararam voto em Lula, apresentam mais lucidez e compromisso.

Daqui até o dia 2, converse com parentes, amigos, colegas e até desconhecidos. Pergunte(se) o que melhorou na vida desde que esse elemento foi eleito. Vire votos.

E no domingo, vote contra o genocídio, o ecocídio, a fome, o fascismo e a corrupção. Lembre dos quase 700 mil mortos por covid e que muitos deles poderiam estar vivos. Lembre-se de Moa do Katendê, Marcelo Arruda, Antônio Carlos Silva e tantas outras vítimas. Vote contra a morte. Vote pela vida, pela paz e pela democracia. Citando o poeta Mário Quintana, e com a devida licença poética, quanto a esses que atravancam o nosso caminho, “eles passarão/nós passarinho”. Vote 13, vote Lula!

E se for eleitor do Ceará, ouça o recado da governadora Izolda Cela: "Nem capitão cá, nem capitão lá."

*Haroldo Barbosa,

Jornalista.

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