O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
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"Ganhamos onde produz, perdemos onde se passa férias. Bora (sic) trabalhar porque se o gado morre, o carrapato passa fome". A declaração da dirigente de responsabilidade social do Flamengo, Ângela Machado, não se trata de nenhum desabafo contra um mau resultado do rubro-negro, mas de ataque de ódio aos nordestinos, pelo fato da mulher bolsonarista atribuir ao Nordeste a vitória de Lula na eleição presidencial.
Apesar da repercussão negativa, que recaiu também sobre o marido Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, a bolsonarista não apagou a postagem, apenas limitou a seguidores as suas redes sociais.
A declaração também traz constrangimento aos familiares de seis atletas rubro-negros nordestinos, entre os quais o cearense e jogador da seleção brasileira Everton Cebolinha. Os outros são o atacante alagoano Marinho, o lateral potiguar Ayrton Lucas, o goleiro paraibano Santos, o zagueiro maranhense Pablo e o zagueiro baiano Cleiton. Na galeria de ídolos flamenguistas, mais nordestinos: o baiano Bebeto, o paraibano Júnior, o sergipano Nunes e o cearense Ronaldo Angelim.
Além dos seis nordestinos, o elenco profissional do Flamengo possui 14 atletas do Sudeste, três do Sul, um do Norte e quatro estrangeiros.
Sócios do Flamengo pedem o afastamento da dirigente e do presidente Rodolfo Landim, que é denunciado pela 10ª Vara Federal Criminal de Brasília, por crimes de fraude fiscal ao administrar fundos de pensão numa empresa norte-americana, diante de um prejuízo de mais de R$ 100 milhões. Outras três pessoas também foram denunciadas.
Confira um dos pedidos de afastamento:
Prezados Senhores,
SIRO DARLAN DE OLIVEIRA, sócio benemérito nº 001220 e FLA TRADIÇÃO & JUVENTUDE, reunidos em Assembleia Virtual no dia 1 de novembro de 2022, representado por seu Secretário Geral SIRO DARLAN, vem, observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade, eficiência, responsabilidade social, gestão democrática e profissionalismo, que devem nortear a administração do Flamengo, atendendo o que determina o artigo 19, III do ECRF, visando “apresentar sugestões de interesse do FLAMENGO, ou que contribuam para o seu engrandecimento e perenidade” respeitosamente, ouvidos os demais poderes do Clube de Regatas do Flamengo, requerer o seguinte:
O artigo 3º do Estatuto do Clube de Regatas do Flamengo veda expressamente qualquer tipo de discriminação por motivo de raça, sexo, cor, idade, crença religiosa, convicção filosófica ou política e condição social.
1. É assegurado aos associados (art. 19 do Estatuto do Flamengo) representar contra as infrações disciplinares que tomar conhecimento, atendidos os critérios deste Estatuto.
2. O Flamengo é uma Nação poderosa porque além de seu patrimônio material, e conquistas esportivas, detém o maior número de cidadãos aficionados em torno de 45 milhões de torcedores espalhados no Brasil e no mundo. Certamente um número significativo desses milhões de torcedores são brasileiros nascidos no Nordeste brasileiro, responsáveis pela construção desse país através de sua força de trabalho, sua cultura, sua música e sobretudo pelo amor devotado ao Flamengo.
3. Lamentavelmente, a Diretora de Responsabilidade Social (que ironia!!!) do Flamengo Ângela Machado, em sua postagem nas redes sociais ofendeu os torcedores nordestinos, expressando todo seu grau de rancor, ódio e discriminação ao afirmar: “GANHAMOS ONDE SE PRODUZ, PERDEMOS ONDE SE PASSA FÉRIAS, BORA TRABALHAR, PQ SE O GADO MORRER O CARRAPATO PASSA FOME”.
Ângela Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, insinua contra nordestinos em post nas redes sociais após eleição: “Ganhamos onde produz, perdemos onde se passa férias. Bora trabalhar porque se o gado morre, o carrapato passa fome.”
4. Trata-se de fato ofensivo a parte expressiva de nossa torcida, a nordestina, nosso maior patrimônio humano e social. Uma Diretora de Responsabilidade Social praticar tal ato discriminatório é da maior gravidade e exige uma reparação ao povo nordestino não apenas com sua retratação, mas com sua exclusão do quadro social do Clube.
5. Lamentável que um clube popular com tantas glórias conquistadas graças à fidelidade de sua torcida em todos os recantos do Brasil e do Planeta tenha em sua Diretoria uma pessoa com esse caráter discriminatório condenado em nossos princípios de convivência expressamente na letra do Estatuto do Clube.
6. Os últimos acontecimentos envolvendo o Presidente Rodolfo Landim favorecendo um candidato à Presidência da república em detrimento do concorrente, e agora o comportamento anti-social dessa diretora, enche-nos de vergonha porque envolvem o nome do Clube de Regatas do Flamengo em noticiário que em nada favorece a educação de crianças e adolescentes e mancha com o preconceito a imagem do Flamengo.
Diante de tal gravidade, requer seja instaurado o necessário processo de destituição da Diretora Ângela Machado como um necessário ato de reparação a imensa torcida nordestina do Flamengo.
Termos em que pede deferimento.
Rio de Janeiro, 1 de novembro de 2022.
SIRO DARLAN DE OLIVEIRA
Sócio Benemérito
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