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Artigo - A Igreja e o Estado
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - A Igreja e o Estado

"Não há como nós, os cristãos, aceitarmos ordenamentos de dois senhores que se excluem. Ou obedecemos a Deus ou nos submetemos ao mundo, sabendo de antemão pela voz do Apóstolo Paulo", aponta em artigo o jornalista e poeta Barros Alves
Tipo Opinião
Barros Alves é jornalista e poeta (Foto: MATEUS DANTAS)
Foto: MATEUS DANTAS Barros Alves é jornalista e poeta

Na Igreja Presbiteriana de Pinheiros, São Paulo, tive oportunidade de ouvir um sermão politicamente correto no sentido lato e preciso que a expressão possa conter dentro dos escorreitos parâmetros da "ultima flor do Lacio inculta e bela"; politicamente correto não segundo a semântica forçada pela ideologização da linguagem, portanto falaciosa e farsante. O Reverendo Arival Dias Casimiro, arrimado no texto bíblico e em boa doutrina calvinista deixou bem claro, sem rodeios ou tergiversações, que o bom cristão não se submete jamais a regramentos legais que desrespeitem o mandamento divino inscrito no Livro Sagrado dos cristãos, a Bíblia e, é certo afirmar, também no direito natural, que igualmente uma espécie de DNA, já vem inscrito por Deus no coração do homem, segundo Santo Agostinho. Portanto, não há como nós, os cristãos, aceitarmos ordenamentos de dois senhores que se excluem. Ou obedecemos a Deus ou nos submetemos ao mundo, sabendo de antemão pela voz do Apóstolo Paulo, que o mundo jaz no maligno. Mandamentos de homens que não se coadunem com a fé cristã não devem ser observados ou levados em conta por todos os que professamos a fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, ministro supremo e único de nossas vidas em qualquer tribunal. O que disto passar vem do Maligno.

A propósito, por pertinente, vale a leitura de um pequeno livro de autoria do Reverendo Arival Dias Casimiro, intitulado "César e a Igreja", cujo subtítulo diz do conteúdo: "uma perspectiva bíblica da relação entre o Estado e a Igreja". (Editora Heziom - Associação Editora Presbiteriana de Pinheiros, São Paulo, 2022, 64 páginas). De logo, registramos que o valioso opúsculo contém como apêndice o capítulo 23 da Confissão de Fé de Westminster, no qual se lê: "Os magistrados civis não podem tomar sobre si a administração da Palavra e dos Sacramentos, ou o poder das chaves do Reino do Céu, NEM DE MODO ALGUM INTERFERIR EM MATÉRIA DE FÉ..." (Item 3, grifo meu). No documento também se lê que "é dever dos magistrados civis (...) tomar providências para que todas as assembleias religiosas e eclesiásticas possam reunir-se sem serem perturbadas ou molestadas."

Como dito, o autor assenta sua argumentação em pilares fundados na soberania de Deus sobre tudo e sobre todos, de modo a não deixar dúvida quanto a subordinação de qualquer autoridade ou poder temporal Àquele que nos criou e nos mantém para cumprir seus desideratos. Com efeito, para além das teorias sociológicas sobre Estado e Igreja (o autor cita as três principais) Deus detém a centralidade da obediência aos seus preceitos, atitude necessária para o harmônico desenvolvimento da sociedade em todos os aspectos e não apenas no religioso, sem que tal exigência descambe para um governo teocrático, segundo padrões veterotestamentários ou islâmicos. De fato, conforme, sentencia o autor, "ainda que em sistemas democráticos os governantes sejam escolhidos pela população, isso não anula a soberania de Deus."

Neste momento em que o mundo (aldeia global) se defronta com uma tenebrosa batalha cultural que tem, sobretudo, a espiritualidade como alvo, em face de um aguerrido neopaganismo e de um ateísmo militante, a sociedade brasileira se vê presa fácil à mercê do agressor invisível, uma vez que adentramos num período em que os nossos governantes são claramente agentes de Satanás que não disfarçam sua missão de destruir os valores cristãos da nossa sociedade. Porém, cabe aos seguidores do Cristo, independentemente da denominação religiosa a que pertençamos, não nos conformarmos com este mundo, mas nos transformarmos pela renovação do entendimento, para que experimentemos qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, consoante admoestou o Apóstolo Paulo na Carta que escreveu aos cristãos de Roma, em crítico momento da Igreja primitiva em formação.

Barros Alves é jornalista, poeta e assessor parlamentar

Foto do Eliomar de Lima

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