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Artigo - Missão de Sarto é não se tornar um fardo para Roberto Cláudio
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - Missão de Sarto é não se tornar um fardo para Roberto Cláudio

"Sem uma marca em dois anos e três meses de mandato, Sarto luta agora contra o tempo. Mas o tempo já não é mais aliado...", aponta em artigo o sociólogo e consultor político Luiz Cláudio Ferreira Barbosa
Tipo Opinião
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo

Qual político ou estrategista eleitoral seria capaz de apontar uma candidatura à reeleição do prefeito Sarto em Fortaleza? Até um estreante marqueteiro ou um apaixonado correligionário não ousaria afirmar que Fortaleza possui uma boa gestão, sequer um prefeito carismático. É justo, no entanto, o reconhecimento que Sarto não é morredor. É do tipo que morre lutando.

É no que aposta a pré-candidatura Roberto Cláudio, que espera chegar até o início do próximo ano sem o fardo das maldades de Sarto contra o cidadão fortalezense, desde a sujeição de grávidas em ônibus lotados - em 25 quilômetros da Messejana à Barra do Ceará, ou em 17 quilômetros da Messejana ao Conjunto José Walter, quando o prefeito decidiu de forma unilateral demolir o Gonzaguinha da Messejana, sem discussão com o Legislativo e Ministério Público e sem a apresentação de um laudo técnico -, até o repasse para a população da conta da taxa do lixo e do transporte público, despesas então da obrigação de qualquer boa e responsável gestão.

Não há dúvida que Roberto Cláudio será responsabilizado pela eleição de Sarto, em 2020, quando o então prefeito carregou nas costas a candidatura do PDT, principalmente quando Sarto se afastou por semanas, após ser diagnosticado com covid. Ao perceber o crescimento da candidatura de Sarto, apesar da sua ausência na campanha, o marketing intensificou o papel do então prefeito, ao lançar o slogan “Roberto Cláudio fez, Sarto vai fazer”.

Sem uma marca em dois anos e três meses de mandato, Sarto luta agora contra o tempo. Mas o tempo já não é mais aliado... Sarto governa a quinta capital do país, como quem governa para Aiuaba, Ererê, Baixio ou Pacujá - minhas desculpas aos respectivos gestores -, quando a entrega de um simples carrinho de cachorro-quente é destaque na comunicação da Prefeitura como uma grande ação. O mesmo vale para a reforma de uma escola, agenda permanente em qualquer município de médio porte, como Caucaia, que já reformou 140 escolas dos 184 prédios, sem alarde.

Enquanto isso, ao se valer do descaso de órgãos fiscalizadores, Sarto justifica a cobrança da taxa do lixo e do aumento exorbitante da tarifa do ônibus na falta de dinheiro nos cofres da Prefeitura. No entanto, o prefeito e médico-ginecologista nada fala sobre o dinheiro que deixou de ser investido no fechamento de unidades de Saúde e na suspensão do atendimento emergencial, quando plantões deixaram de acontecer, medicamentos não foram utilizados, cirurgias não ocorreram, terceirizados foram dispensados, além do não gasto com energia, água e demais serviços.

A precariedade na Saúde de Fortaleza tem sobrecarregado o atendimento nas unidades do Estado, quando o HGF e as UPAs passaram a receber pacientes que não mais encontram os serviços do município.

Mas, essa sobrecarga imposta ao Estado, é apenas mais um procedimento estratégico do agora frágil grupo político de Sarto, pois o principal adversário à sucessão à Prefeitura de Fortaleza sairá dos quadros das novas lideranças no Ceará.

E Sarto segue lutando, morrendo...

Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo e diretor-gerente da Consultoria LCFB

Foto do Eliomar de Lima

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