O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
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Durante dois dias (14 e 15 de agosto) esteve em Fortaleza o NAM “Atlântico”, depois de uma “pernada” da base no Rio de Janeiro até a Amazônia onde compôs a segurança dos chefes de Estado que participaram da Cúpula Amazônica, de onde veio para proporcionar aos cearenses a oportunidade de conhecer esse enorme vaso de guerra. O Navio Aeródromo Multipropósito é o Capitânia da Marinha do Brasil, um colosso de belonave, pesando vinte um mil toneladas, equipado com armamentos e capacidade para receber sete helicópteros, com um convoo de cerca de duzentos metros de comprimento. Um navio que dispõe de equipamentos de alta tecnologia, pronto para dar suporte a operações aéreas de grande escala com os meios da Força Aérea Naval, que se insere notavelmente no poder dissuasório da Marinha do Brasil, consoante a palavra do Capitão de Mar-e-Guerra Mozart Junqueira Ribeiro, Comandante da belonave. Com efeito, a Marinha do Brasil está classificada entre as vinte e cinco mais poderosas do mundo, segundo o Diretório Mundial de Navios de Guerra Modernos (World Directory of Modern Military Warships). Para se ter uma ideia, o NAM “Atlântico”, que foi adquirido da Marinha da Inglaterra, conduz uma tripulação de mil e cem homens e mulheres, formados em várias especialidades náuticas e outras, inclusive vinte profissionais de saúde, em trabalho permanente. Como bem afirmou o Brigadeiro Eduardo Gomes, “o preço da liberdade é a eterna vigilância.” Ilustra essa azáfama do pessoal embarcado, o trabalho a que se dedicam sessenta e cinco profissionais com o fim de servirem diariamente cerca de cinco mil refeições, feitas em uma cozinha industrial situada no navio, conforme informou o Tenente Intendente Rodrigues Moreira, chefe do pessoal ao qual está afeto essa responsabilidade.
Por agora, vale salientar, com a abalizada visão histórica de Pedro Calmon, que a História Naval Brasileira principia com o nascimento da Pátria. A poderosa Armada de dez naus e três navios menores que, sob a capitania-mor de Pedro Álvares Cabral, avistou o Monte Pascoal em 22 de abril de 1500 e, no dia imediato deu fundo na Baía Cabrália, - o Porto Seguro do Descobrimento – fixou o destino marítimo do Brasil. Desde então, interligaram-se a História do Brasil e o nosso Poder Naval, raros sendo os fatos e feitos de que deixou de participar a Marinha. Vale a observação pertinente do historiador: “Nas múltiplas vezes em que estrangeiros cobiçosos tentaram conquistar e colonizar trechos do território nacional, a resposta veio altiva, eficaz e dura, sempre com o emprego das forças navais, lutando ombro a ombro indígenas, negros e brancos, para expulsar o intruso. Embora algumas vezes demorada, a vitória final foi sempre obtida. Ingleses e holandeses no Pará, franceses no Maranhão e Rio de Janeiro, holandeses da Companhia das Índias Ocidentais no Recife e Bahia, espanhóis em Santa Catarina e Rio Grande, viram todos frustradas as suas pretensões pela bravura das forças brasileiras, sendo uma constante da componente naval.”
Com efeito, a presença do Navio Aeródromo Multipropósito “Atlântico” nas águas amazônicas e no litoral nordeste, pode bem ser uma demonstração cabal de que estamos de olho no olho grande de desatinados europeus cujo discurso aponta para a cobiça das riquezas amazônicas. A aceitação desse discurso pirata e antipatriótico por parte de autoridades políticas brasileiras deve ser uma atitude antipatriótica, antinacional e antibrasileira. Confiamos plenamente em que a Marinha do Brasil está sempre atenta e pronta para defender o nosso patrimônio marítimo, as nossas imensas riquezas naturais, mas também as morais e cívicas.
Constitui uma imensa satisfação ver o povo cearense, pela representatividade dos convidados que subiram a bordo do “Atlântico”, manifestar alegria em participar do momentoso evento, assim como o respeito que demonstram para com aqueles que compõem a Força Naval Brasileira. Importa ressaltar lhaneza dos anfitriões, a partir da forma como os cearenses foram recepcionados por personalidades como o Vice-Almirante Reis Leite, comandante do 3º Distrito Naval, com sede em Natal-RN, o qual esteve fazendo as honras aos visitantes, juntamente com o Capitão de Mar e Guerra Anderson Pessoa Valença, Comandante da Capitania dos Portos do Ceará; e o Capitão de Fragata Daniel Rocha, Comandante da Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará. Sem esquecer o sempre presente e gentil Almirante de Esquadra Elis Treidler Öberg, atualmente na reserva. Gratidão especial, sobretudo, ao amigo Comandante Roberto Lima pelo convite destinado a deputados, jornalistas e servidores da Assembleia Legislativa do Ceará, para mais uma tarde de convivência com nossos bravos marinheiros.
Barros Alves é jornalista, poeta e assessor parlamentar
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