
O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.
Apesar de ser um tema bastante debatido, o assédio moral continua enraizado no serviço público e muitos não sabem como lidar com a situação que assola a vida dos trabalhadores, apavorando-os de uma forma muitas vezes irreversível. A exposição de ocorrências humilhantes ou constrangedoras, de maneira repetitiva e prolongada, dentro do ambiente de trabalho, assim como também no desvio de função, traz danos a integridade e a saúde do servidor, prejudicando não somente aquele que sofreu o assédio, mas também toda a categoria de funcionários que se solidariza com o caso.
A satisfação daquele que pratica o assédio é desestabilizar emocionalmente a vítima, algo previsível para o indivíduo que escolheu tal atividade a fim de alimentar o próprio ego, tornando os servidores frágeis diante de ações caracterizadas pelo incômodo contínuo e a péssima conduta de provocar constrangimentos, terror psicológico e desequilíbrio psíquico. O Detran/Ce, assim como outros órgãos, não está livre do assédio moral e não são raros os casos de servidores que desenvolvem graves problemas de saúde (físico ou mental) por terem sofrido esse bloqueio de manifestação social, mas cabe ao sindicato estar atento.
Desqualificar profissionalmente um servidor, criar boatos em cenário laboral, boicotar em público com intuito de ridicularizar são apenas alguns dos truques utilizados por assediadores. O objetivo é desorganizar aquilo que parece seguir um fluxo organizacional na repartição pública. Nada disso é interessante para a administração pública que, na ocasião, demonstra não ser tolerante às situações de assédio. Ao fazer isso, a instituição se destaca por sua condescendência, evitando prejuízos em relação ao número de trabalhadores adoecidos e afastados para tratamento de saúde. Essa conduta perversa deve ser combatida em debate permanente envolvendo servidor, direção do órgão e representação sindical. A intervenção é necessária para deter e evitar que os assediadores se sintam à vontade.
O assunto é muito relevante, pois deixa sequelas acentuadas e sensação de medo duradouro. Está na ordem do dia, contudo, não pode predominar a lei do mais forte. Os fins não justificam os meios. Precisamos abrir os olhos e denunciar o evidente abuso de poder, buscando ações concretas para coibir os graves casos de assédio moral, pois a dignidade humana é irrenunciável e punir o assediador é necessário para não apenas servir de lição, mas pelo bem-estar e saúde do servidor.
Gabriela Macdowell é coordenadora-geral do Sindetran/CE
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