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Artigo - "Planeta oxigênio"
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O jornalista Eliomar de Lima escreve sobre política, economia e assuntos cotidianos na coluna e no Blog que levam seu nome. Responsável por flashes diários na rádio O POVO/CBN e na CBN Cariri.

Artigo - "Planeta oxigênio"

Com o título "Planeta oxigênio", eis artigo de Cândido Henrique, presidente da Associação Profissional dos Geógrafos do Ceará (APROGEO). Ele critica o desaso com os oceanos, o que ficou constatado na COP25, realizada em Madrid, recentemente. Confira:
Qual o futuro da nossa terra? (Foto: Arquivo)
Foto: Arquivo Qual o futuro da nossa terra?

Muitas vezes somos levados a acreditar que as florestas tropicais como a Amazônia são “os pulmões” que geram todo o oxigênio utilizado para nossa existência neste planeta. Na realidade o que poucos sabem é que 90% do oxigênio produzido no planeta é oriundo da vida marinha, ou seja vem dos mares e oceanos, sendo estes responsáveis pela remoção de dióxido de carbono excedente em nossa atmosfera, em um processo cíclico que matem em equilíbrio a oferta e demanda de oxigênio e dióxido de carbono na biosfera.

Apesar de toda a importância para a existência de vida aeróbica em nosso planeta, tratamos os oceanos como um grande depósito de dejetos produzidos por nossa civilização. Na última reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP25 realizada na cidade Madrid em dezembro de 2019, foi apresentado um relatório que demonstra um assustador cenário de forte queda da vida marinha gerada pela acidificação dos oceanos e mares de nosso planeta. A redução da atividade biológica marinha leva a desoxigenação oceânica, termo usado para descrever a redução do nível de gás oxigênio (O2) dissolvido nas águas marinhas. A desoxigenação oceânica pode ocorrer naturalmente, mas nas últimas décadas, os dados monitorados por diversas agências governamentais de países como Alemanha, França, EUA, Inglaterra, Japão, Austrália e Canadá apontam que suas principais causas são provenientes das atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, gás natural, diesel e gasolina), o descarte de fertilizantes agrícolas em rios, que acabam carregados para o mar, além do escoamento de esgotos, resíduos animais e deposição de nitrogênio da queima de combustíveis fósseis, levando a proliferação de organismos aeróbios elevando demanda biológica de oxigênio nos ambientes marinhos resultando em um processo de eutrofização, que afeta principalmente as áreas costeiras em especial aquelas com menor interação com as correntes oceânicas. Com a desoxigenação oceânica modificamos o equilíbrio entre os níveis de CO2 e O2 nos mares e oceanos e assim tornamos os ambientes marinhos mais ácidos devido ao aumento de gás carbono dissolvido na água alterando o PH marinho tornando-o mais ácido.

Um oceano mais ácido, significa uma redução da capacidade de emissão de oxigênio excedente para a atmosfera e com isso viveremos diante de um quadro de menor quantidade de gás oxigênio livre na atmosfera o que provocaria a morte de várias espécies em nosso planeta, principalmente os mamíferos como os grandes primatas, onde encontra-se uma espécie chamada Homo Sapiens Sapiens, popularmente conhecida como ser humano.

Então da próxima vez que for a praia e estiver diante do mar, respire fundo e sinta o oxigênio entrando em seus pulmões pois essa simples condição está ficando cada vez mais comprometida em razão de nossas atitudes dentro de uma civilização insustentável e colapsando.

Mais uma vez concluo afirmando que é preciso mais do que nunca, pensar, viver e ser sustentável.

*Cândido Henrique,

Presidente da Associação Profissional dos Geógrafos do Ceará (APROGEO).

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