
Eliziane Colares é publicitária e diretora da Advance Comunicação
Eliziane Colares é publicitária e diretora da Advance Comunicação
Sabe a vacina da Pfizer que viabilizaria o início da vacinação ainda em 2020? Ela poderia ter salvo minha tia. Poderia ter salvo seus amigos, pais, mães, avós, filhos.
Poderia ter evitado a perda de milhares de vidas, que interromperam precocemente suas histórias, deixando uma enorme dor entre familiares e amigos. A CPI da Covid, no Senado, caminha para um desfecho macabro.
Depois de mais de cinco meses de investigações, dezenas de depoimentos e muitas provas de crimes, a CPI mostrou muito mais que a negligência na compra de vacinas. Mostrou também a corrupção por trás dos esquemas de superfaturamento e um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde que pregava o negacionismo e o tratamento precoce ineficaz, com medicamentos condenados pela OMS.
A CPI revelou os bastidores das trágicas mortes por falta de oxigênio em Manaus, que causou comoção e revolta em todo o país. Enquanto a cidade via o estoque de oxigênio acabar, o Ministério da Saúde dedicou-se a um aplicativo com orientações inadequadas à população e testou a nebulização com hidroxicloroquina em pacientes.
A CPI mostrou a existência de uma rede de apoiadores do presidente da república que atuavam na disseminação de fake news negacionistas. Para se ter uma ideia do risco disso, os Estados Unidos, que já haviam controlado a pandemia e liberado o uso de máscaras desde o início deste ano, voltaram a viver uma nova onda grave de contaminações e mortes devido aos negacionistas que não se vacinaram.
A expressão "óbito também é alta" fez parte dos mais recentes e assustadores depoimentos, que denunciaram hospitais que, sem autorização, testaram o kit-covid em pacientes e orientaram a diminuição do oxigênio a pacientes com mais tempo na UTI, além de alterar prontuários mudando o motivo da internação.
Com isso, produziam estatísticas que amparavam o discurso de Bolsonaro sobre a eficácia do kit-covid. O Brasil acumula quase 600 mil vidas perdidas pela Covid. O uso da expressão "óbito também é alta", traduz muito bem a desumanização e a banalização de vidas que a CPI nos mostrou. E isso não pode passar impune.
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