
Eliziane Colares é publicitária e diretora da Advance Comunicação
Eliziane Colares é publicitária e diretora da Advance Comunicação
A primeira vez que vi uma vaquinha ser morta, fiquei em choque. Eu ainda era uma criança e comecei ali a minha jornada de tomada de consciência da crueldade praticada contra animais vítimas da indústria da proteína animal. Aos poucos, fui evoluindo na descoberta de que a carne animal não era uma proteína necessária. Pelo contrário, somos mais saudáveis quando consumimos proteína vegetal. E isso foi libertador.
Na prática, a questão é cultural e de business. Há lugares onde o consumo de carne animal é proibido porque são considerados sagrados. Mas, há países onde é normal comer cães, por exemplo. No ocidente, aceita-se comer porquinhos e bodes, que são semelhantes aos cães. É essa cultura que movimenta uma fábula de dinheiro.
Ainda que para mim, a maior motivação continue sendo a compaixão pelos animais, há outras questões que colocam em xeque a proteína animal. A primeira é que a carne e leite animal são tóxicos ao organismo humano e são gatilhos para doenças graves como câncer. Outro ponto é que a produção em escala de carnes promove uma superpopulação de animais, aumenta o desmatamento, a emissão de gases de efeito estufa, aquecimento global e desastres ambientais.
Desde 2018, a Holanda oficializou a recomendação para seus habitantes mudarem a alimentação para uma dieta à base de plantas. Até 2030, pelo menos 60% da população consumirá proteínas vegetais, melhorando a saúde das pessoas e do planeta. Lá, a alimentação vegana virou política pública, com articulação de toda a cadeia, com estratégias junto a fazendeiros e a indústria de alimentos para redirecionar as plantas produtivas, e junto ao varejo e consumidores para construírem uma nova lógica de consumo de alimentos saudáveis e sustentáveis.
Pode parecer difícil falar de veganismo num país onde 33% da população passa fome e sonha em comer picanha. Mas, é possível construir um novo modelo, mais humano e inteligente. Os poucos minutos de prazer ao saborear um bife não justificam a crueldade dos abatedouros, nem os riscos à saúde, nem os desastres ambientais. E, assim como na Holanda, o novo business pode ser o veganismo. n
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