
Eliziane Colares é publicitária e diretora da Advance Comunicação
Eliziane Colares é publicitária e diretora da Advance Comunicação
O planeta está em ebulição. Seca histórica na Amazônia, ciclone no Rio Grande do Sul. O mês de julho foi o mais quente já registrado na história, com uma média global de 1,57°C acima da média do século 20. Em São Paulo, as ondas de calor, de agosto e setembro, chegaram a atingir 40°C. Nova York foi inundada por uma tempestade e o derretimento das geleiras segue em ritmo acelerado.
"A era do aquecimento global acabou. A era da ebulição global chegou", disse o secretário geral da ONU, António Guterres, em setembro. Ele alertou que o planeta está "em um caminho catastrófico" e que as mudanças climáticas são "uma ameaça existencial para a humanidade". Apesar de todos os alertas, o mundo continua a emitir gases de efeito estufa e a natureza parece dar sinais de exaustão. O sentimento é que estamos correndo contra o tempo.
Os maiores vilões para o aquecimento do planeta são a geração de energia a partir da queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás; os descartes de resíduos sólidos, como exemplo do plástico que já contaminou os oceanos; o desmatamento de florestas para agricultura e criação de gado para abate. Só a pecuária é responsável por cerca de 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, mais do que o transporte marítimo e aéreo juntos. A exploração de animais para o comércio de carnes, leite e derivados, gera uma superpopulação de gado que produz muito metano, um gás que contribui com 23% do efeito estufa e é 21 vezes mais ativo que o gás carbônico na retenção dos raios solares.
É impossível virar esse jogo rapidamente. Mas temos que acelerar. A proteção da natureza tem que ser política de Estado, com programas para educar a população para uma alimentação à base de plantas e promover a economia circular. As empresas precisam redirecionar suas plantas de produção para produtos sustentáveis, além da revisão de toda a cadeia produtiva. É hora de resgatar nossa conexão com a Terra, ressignificar nossa relação com os alimentos, com os animais e encontrar nossa humanidade. Porque não há separação entre nós e a natureza. Se ela morre, morremos juntos. n
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