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Feminismo e a exploração da maternidade das fêmeas
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Eliziane Alencar é publicitária e diretora da Advance Comunicação

Eliziane Alencar ciência e saúde

Feminismo e a exploração da maternidade das fêmeas

Feminismo Interespécies: a luta pela maternidade e libertação de todas as fêmeas
Flora, Jully e Florete  (Foto: ONG Deixa Viver)
Foto: ONG Deixa Viver Flora, Jully e Florete

Neste mês de maio, nossa coluna escolheu homenagear as mamães animais que, assim como suas crias, são desprezadas do seu direito explicitado no artigo 225, § 1º, inciso VII, da Constituição Federal, que estabelece que o Poder Público tem o dever de proteger a fauna e a flora, vedando práticas que submetam os animais à crueldade.

Depois de expor aqui o martírio das mamães galinhas, vacas e porcas, a coluna de hoje deveria abordar mais uma dessas espécies de mães. Poderiam ser as mamães peruas cuja família vira presunto e ceia de Natal. Poderia ser a fêmea do peixe esturjão, que enquanto ainda se debate em busca de oxigênio, têm seu ventre cortado a faca ou espremido, para lhes arrancar as ovas que fazem o caviar. Poderiam ser as mamães ovelhas, cabras, patas, rãs ou as caranguejas, lagostas, arraias e fêmeas do polvo.

Encerramos hoje nosso Especial Mães, homenageando todas elas, que têm seus corpos violados, suas dores desprezadas e suas vidas desgraçadas simplesmente por serem fêmeas, aquelas criaturas sagradas por terem a capacidade de serem mães.

Feminismo

e veganismo

Os negócios ancorados na exploração de animais têm como base de sustentação o aparelho reprodutor das fêmeas. Tratadas como máquinas de produção, elas são abusadas por serem inocentes, mansas e sem acesso a uma justiça que as protejam. A luta pela libertação dessas fêmeas tem total convergência com a essência do pensamento feminista, que deve ser solidário a todas, independente da espécie. Não há como separar o feminismo do veganismo. Afinal, somos todas fêmeas.

Fêmeas

que viram

xingamentos

Com poucas exceções, a exploração das fêmeas para fins comerciais é liderada e/ou operada por homens. Essa naturalização do desprezo e humilhação impostos a essas fêmeas nutre uma cultura de uma relação de poder abusiva de homens sobre fêmeas inferiorizadas. Daí podemos refletir: porque os termos vaca, porca, galinha e égua, são amplamente utilizados como xingamentos depreciativos contra mulheres?

Amigas fêmeas

em busca de

um lar

Flora, Jully e Florete são lindas e carinhosas. Elas estão em busca de um lar para adotarem os humanos da casa. Elas têm 3 meses, castração garantida e estão vermifugadas. Entre em contato com a ONG Deixa Viver - @ongdeixaviver.

 

Foto do Eliziane Alencar

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