
Eliziane Alencar é publicitária e diretora da Advance Comunicação
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Galpões superlotados com milhares de animais aglomerados em alta densidade. Galinhas poedeiras submetidas a seleção genética para alta produção de ovos e frangos criados para o crescimento rápido e anormal para atingir o peso de abate cada vez em menos dias de vida. Essa é a realidade da criação de aves em escala industrial, revelado no Dossiê Gripe Aviária da Mercy for Animals - MFA.
O estudo, de abrangência mundial, expõe também o Brasil, onde cerca de 95% das galinhas criadas industrialmente para produção de ovos ainda são mantidas em sistemas de gaiolas em bateria. Segundo o dossiê, elas vivem em galpões lotados, em meio a partículas, gases e outros poluentes atmosféricos.
A ventilação precária e aglomeração intensa impedem as aves de realizar comportamentos essenciais ao seu bem-estar, causam estresse crônico que enfraquece suas defesas imunológicas, deixando-as altamente vulneráveis a infecções. São condições ideais para que vírus se espalhem rapidamente, sofram mutações e saltem entre espécies, aumentando as chances da gripe aviária desencadear a próxima pandemia humana, conclui o estudo.
Em 2013, a Agência Alimentar das Nações Unidas alertou que cerca de 70% das novas doenças que infectaram os seres humanos nas últimas décadas tiveram origem animal e que era cada vez era mais comum que doenças mudem de espécies e se espalhem na população, em meio ao crescimento das cadeias alimentares de exploração animal.
Segundo a Embrapa, os sinais de infecção por influenza aviária de alta patogenicidade em aves explorados para consumo podem incluir: tosse, espirros, muco nasal, queda de postura, alteração nas cascas dos ovos; hemorragias nas pernas, traqueia, músculos, mucosas, ovários e intestinos; inchaço nas pernas, cabeça, olhos, na crista e barbela; diarreia e desidratação, muco excessivo, edema subcutâneo na região da cabeça e pescoço, congestão dos rins e degeneração dos ovários
No final de 2024, as Nações Unidas anunciaram que a gripe aviária “causou a morte” de mais de 300 milhões de aves em todo o mundo. No Brasil, os “métodos de despovoamento” aprovados pelo MAPA para aves comerciais (frangos) contaminadas incluem: eletrocussão, injeção de barbitúricos, dióxido de carbono ou misturas com nitrogênio ou gases inertes, hipóxia mecânica por aplicação de espuma, luxação cervical (quebra do pescoço) e desligamento da ventilação.
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