
Eliziane Alencar é publicitária e diretora da Advance Comunicação
Eliziane Alencar é publicitária e diretora da Advance Comunicação
À época da chegada dos portugueses, não existiam aqui bois, vacas, porcos, ovelhas, nem galinhas. Foram trazidos pelos colonizadores. O artigo "Do Nutricídio à Autonomia Alimentar: O Consumo de Carne e a Interseccionalidade de Lutas contra as Opressões", do Advogado Marcelo Daidone Chalita, Mestre em Direito Animal, mergulha em uma análise histórica ancorada em estudos que mostram como os europeus impuseram a alimentação eurocêntrica no Brasil, como ferramenta de dominação de colonizados e escravizados, e de apropriação da natureza.
Os povos originários tinham terra e autonomia alimentar prioritariamente à base de vegetais. A desconstrução dessa cultura alimentar saudável passa pela colonização também do paladar, que estimula até hoje o consumo de excrementos e restos de animais e produtos industrializados, impactando principalmente as populações negra, quilombola e indígena, que são as mais expostas à fome, à insegurança alimentar e aos conflitos no campo. Para Chalita, dissociar a opressão da forma como os alimentos são produzidos e consumidos é um mecanismo de controle social para camuflar o nutricídio histórico no país.
Ao questionar o atual sistema alimentar que explora animais, devasta o meio ambiente e traz riscos à saúde da população, confrontamos também a ideologia que reproduz o modelo colonizador que impulsiona as desigualdades sociais no nosso país. O que colocamos no prato é vetor fundamental de transformação e justiça social.
O estudo "Consumo de frutas e hortaliças entre adultos brasileiros: tendências de 2008 a 2023", publicado na revista Cadernos de Saúde Pública por pesquisadores da Escola de Enfermagem da UFMG, constatou que apenas 22,5% da população adulta brasileira segue o padrão recomendado pela OMS - Organização Mundial da Saúde, que é de 5 porções diárias de frutas e hortaliças em 5 dias da semana, essencial para a prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
O Leite de Pedra é um projeto de pesquisa e cultura popular nativa da caatinga de Pedra Branca, no Ceará, criado pela doceira Rafaela Medeiros. O doce não utiliza ingredientes de exploração animal, nem conservante químico. É feito com leite de coco natural e mel de cana, nos sabores: tradicional, cacau 100% e pingado (com café especial de diversas regiões do Brasil, perfumado com sementes de cumaru da caatinga), além de outros sabores com frutas e sementes nativas como maracujá do mato, catolé e castanha de caju, com a sazonalidade de cada safra. Informações no instagram @doce.leitedepedra.
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