Eliziane Alencar é publicitária e diretora da Advance Comunicação
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Fruto do III Encontro Nacional Antiespecista, recém realizado na capital paraense, a Declaração de Belém - Por uma Ecologia Política Antiespecista Amazônida, é o registro de uma Amazônia em disputa e uma das últimas fronteiras do capitalismo que se expande com o modelo de produção exploratória da vida. E defender a Amazônia é defender a própria possibilidade de vida neste planeta em colapso.
O manifesto destaca a Amazônia como um farol ético, político e espiritual, que abriga milhares de espécies, coexistindo em complexas teias de solidariedade e equilíbrio. E provoca a sociedade a reconstruir nossa relação com as outras espécies, não mais baseada na dominação, mercantilização e na objetificação, mas na solidariedade, no cuidado e na justiça, já que a Amazônia não deve ser vista como um depósito de "recursos", mas sim uma teia de vidas, histórias e sentimentos. E finaliza que é urgente e inadiável a ousadia e a radicalidade para romper com o atual modelo de exploração. O evento foi organizado pela União Vegana Antiespecista e o coletivo amazônida Veganismo Popular em Movimento.
A entrega do Prêmio Earthshot, iniciativa criada pelo príncipe William, aconteceu no último dia 5, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Conhecido como o "Oscar da sustentabilidade", a cerimônia de entrega exigiu um menu totalmente vegano para os cerca de 700 convidados, como parte de sua temática de sustentabilidade.
Um chef paraense que teria sido cogitado para realizar o buffet do Prêmio Earthshot considerou o menu 100% vegano um desrespeito aos sabores da floresta, referindo-se aos peixes explorados. Ao declarar que "salada é de europeu", o chef revelou seu desconhecimento sobre a gastronomia 100% vegetal e alimentação sustentável. Se seguíssemos a cultura alimentar dos nossos antepassados, será que normalizaríamos atrocidades como o canibalismo?
A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana o PL dos Silvestres - PL 347/2003, que aumenta as penas para crimes contra a fauna. Porém, aprovou uma emenda que permite maus-tratos, sem punição, aos animais em situação de fazenda. Esse especismo cruel teve votos de 269 deputados. O que seria uma comemoração para os animais silvestres abriu uma brecha para autorizar a maldade contra bois, vacas, porcos e galinhas. Agora, a esperança desses animais está no Senado Federal.
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