
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Nas três últimas semanas a opinião pública cearense (jornais, redes sociais e corredores políticos) vem tentando compreender as movimentações de Ciro Gomes em direção ao campo oposicionista local que, coincidentemente, é capitaneado por políticos abertamente bolsonarizados ou que aderiram ao bolsonarismo por ocasião do segundo turno de 2024, quando o desejo de derrotar o PT pôs diferenças políticas de lado.
Desde que chegou ao “café da oposição” realizado na Alece, com largo sorriso no rosto e vigoroso abraço em quem, e de quem, até pouco tempo atrás se postava como franco opositor – posto que eram, segundo Ciro, exemplares da “polarização odienta e burra” que tomou conta do país - Ciro foi se tornando persona muy querida pelos antigos adversários, chegando mesmo a manifestar seu “desejo” de votar em um deles para o Senado na eleição que se aproxima, assim como recebeu efusivos elogios daquele a quem, ele e seu grupo político, nomeava até pouco tempo atrás como “filhote de Bolsonaro”.
Sem falar nos atores políticos a quem chamava de “milicianos”, com quem, agora, posta sorridente vislumbrando um vigoroso pacto político.
Sim, parece que Ciro não enxerga mais uma “polarização odienta e burra” a operar politicamente no país; pelo contrário, enxerga vida e intelligentsia entre as agendas mobilizadas pela oposição; oposição esta que, não faz muito tempo, apontava a raiz dos problemas do Ceará como advindas da “ditadura dos Ferreira Gomes”.
Agora, os problemas do Ceará passarão de uma causa – os Ferreira Gomes – para outra – o PT. Foi assim, por exemplo, que uma deputada, agora neocirista, conduziu sua campanha a uma prefeitura da RMF: em vez de criticar o atual prefeito, direcionava seus ataques ao PT, que ocupava a vice. Assim era fácil fazer uma campanha de oposição.
Foram apenas as primeiras movimentações. Por hora, já produziu uma possível mudança: de preferido do grupo como candidato a governador, Roberto Cláudio já posta como possível preterido frente ao nome de Ciro. Quais serão as próximas mudanças?
Ciro Gomes está polarizado, escolhendo, por aqui, o polo bolsonarista; por sua vez, a oposição agora está rendida pelo sorriso de um representante da “ditadura dos Ferreira Gomes”. Um museu de grandes novidades.
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