
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Nos brasileiros de bom senso jaz uma estupefação, pero no mucho: a enganação do slogan bolsonarista de que “o Brasil” (ou seja, os interesses nacionais) estaria acima de qualquer outra coisa – daí a ideia enganosa de que seriam eles “os patriotas” – caiu por terra, para os que ainda criam na enganação, tão logo os interesses de Jair Bolsonaro em se ver livre da prisão, caso condenado nos processos da intentona golpista, se puseram acima dos interesses nacionais ao servir de palco para as diatribes de Donald Trump ao impor sanções econômicas em nome do “cessar” dos processos contra o “mito”.
Acima das relações econômicas bicentenárias travadas entre Brasil e EUA estão, agora, o autoritarismo narcísico de Trump e a tentativa de Bolsonaro de fugir dos processos pelos quais deve responder.
Agora, não valem mais as palavras soltas ao vento, proferidas durante a pandemia, para justificar suas insalubres decisões e vontades: “primeiro, a economia e os empregos”. Agora, nem o “Brasil” e nem “a economia” estão no pódio, pois o “nome acima de todo nome” é o de Jair. Sua liberdade impune é a palavra de ordem.
Em nome dela, parlamentares, inclusive cearenses, babam de prazer, em suas redes, ao cantar a rendição do país à causa da liberdade daquele que, agindo como o totem freudiano, lhes impõe o tabu da rendição total à sua causa.
Nada de patriotismo, nada de interesse nacional, nada de defesa do agro e dos setores que exportam para os EUA; o que temos a defender é a impunidade e a intromissão de um governo estrangeiro num Poder interno, o Judiciário; ou seja, defende-se que se faça aquilo que se diz estar sendo feito: a intromissão de um Poder sobre outro.
As cenas desta segunda-feira, no Congresso, foram de distopia sem igual: uso do Pai Nosso para emular suposto sacrifício pela pátria, alvoroço, gritos pelos corredores, buzinaços.
Seu líder, que dizia há meses atrás não “cumprir ordem do senhor Moraes”, e que mostrou-se dócil e afável ao Ministro durante seu depoimento, convidando-o para seu vice, agora volta à sua fórmula natural e incita a desordem, para que se crie um estado a seu favor.
Bolsonaro acima de tudo! A economia, destruída, vem depois. Depois do caos.
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