Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
A semana passada encerrou-se com a notícia da suposta escolha do nome a representar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre pena por condenação por crime de tentativa de abolição do estado de direito, na eleição presidencial de 2026. De pai para filho, a escolha teria recaído sobre o senador Flávio Bolsonaro; tudo como numa herança, coisa de sangue, de hereditariedade, de genética que se impõe sobre a política.
Tudo isso, dias depois de um entrevero familiar, a partir do discurso de Michelle Bolsonaro em terras alencarinas, em que se opôs a esposa aos filhos – o laço matrimonial contra a herança genética, num raro alinhamento entre os herdeiros (de sangue e de política) contra a madrasta. Uma trama familiar bem ao gosto do nosso homem brasileiro.
No momento em que a direita e a extrema-direita ensaiam movimentos de aproximação e definição do adversário-mor contra Lula (PT) na eleição que se aproxima – sendo o último desses movimentos as fotos e declarações feitas após o trágico episódio no Rio de Janeiro –, o campo oposicionista é surpreendido (?) pelo escolha autocrática de Bolsonaro, mostrando que, acima de tudo, não está Deus nem a pátria, mas, sim, os interesses da família, da sua família. E, nesse sentido, em legítima defesa, nada mais apropriado do que ter seu sobrenome, e seu sangue, numa possível composição para 2026.
O ex-presidente, e agora presidiário (em pouco tempo será, também, um “descondenado”, como gosta de se referir a Lula?) sempre deu mostras da irrestrita defesa de seus interesses familiares, que no passado travestiu como interesses da corporação, e depois conseguiu dar-lhes o solvente de interesses da pátria, sempre com gente em número suficiente para acreditar e conferir-lhe mandatos políticos, o que depois se estenderia aos filhos e se tentaria estender a ex-esposas, irmãos etc.
Para Bolsonaro, sua família sempre esteve acima de tudo; com a escolha de Flávio, dá mostras de que está, também, acima de todos os quadros da direita, pondo abaixo o slogan com o qual inebriou seus seguidores. Na sua sobrevivência, enquanto legado político, desempenha papel fundamental a manutenção de seu sobrenome na próxima eleição; quiçá, na chapa presidencial.
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