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Camilo quer blindar sua aliança das eleições municipais
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Camilo quer blindar sua aliança das eleições municipais

Tipo Análise
Camilo adoraria seguir ao lado de Roberto Cláudio em Fortaleza (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR Camilo adoraria seguir ao lado de Roberto Cláudio em Fortaleza

No O POVO de quarta-feira, o jornalista Carlos Mazza mostrou como tem articulado o governador Camilo Santana dentro do PT. Ele ainda defende a união de PDT, PT e também MDB. Mas, demonstra que já não leva fé nisso. E a intenção de Camilo é, pelo menos, garantir que seus aliados não quebrem o pau na campanha. Uma "não agressão" ou agressividade contida. O governador quer garantir duas coisas. Uma, que a aliança saia ao menos no segundo turno. E, mais importante para ele, que as intrigas municipais não atrapalhem o projeto estadual. A tendência é que as duas candidaturas, de PT e PDT, batam forte no bolsonarismo.

As lições de André Fernandes

Foram lidos ontem em plenário na Assembleia Legislativa os pareceres do Conselho de Ética e da Comissão de Constituição e Justiça sobre o processo disciplinar movido contra o deputado André Fernandes (PR). A leitura antecede a votação do pedido de suspensão de mandato. O assunto deve ser resolvido antes do começo da campanha.

Um aspecto que me chamou atenção na defesa de Fernandes, relatada no relatório. Ele admite que se excedeu. Que "o mero encaminhamento das denúncias que chegam ao seu gabinete" não é adequado. Por isso, pediu desculpas. Diz ainda que "sua postura pode ter padecido de zelo. Porém, não afrontou de nenhum modo o decoro parlamentar, mormente quando considerado que é dever do parlamentar atuar com destemor, independência, honestidade, veracidade, lealdade, dignidade e agir de boa-fé". E defende: "É preciso apenas comedimento e prudência ao se avaliar as denúncias e os fatos relatados".

A admissão de que se excedeu é importante. Quando diz que "pode ter padecido de zelo", é bem eufemístico. A defesa do destemor não pode resvalar na irresponsabilidade. Quanto à cobrança de comedimento e prudência na análise das denúncias, é também a postura que ele deve ter como parlamentar. Se ele assim agisse não estaria na atual situação.

Ocorre que as situações em que André Fernandes se envolveu desde então deixam sérias dúvidas sobre se aprendeu as lições. E se terá comedimento e prudência ao analisar denúncias contra adversários políticos.

O que aproxima o PSTU e o bolsonarismo

O pré-candidato a prefeito de Fortaleza pelo PSTU, Zé Batista, foi entrevistado ontem na série da rádio O POVO CBN. Ele tratou de uma questão sempre colocada aos candidatos dos pequenos partidos: como governar sem base parlamentar? Disse Batista: "Se a Câmara de Vereadores não quiser votar um projeto de interesse da população, do povo pobre de Fortaleza, nós vamos sim chamar a população, as comunidades, as associações de bairros, os movimentos sociais, os sindicatos e vamos mobilizar a população para fazer valer aquilo que realmente interessa para a classe trabalhadora, para a população de Fortaleza".

É o que falam praticamente todos os candidatos de pequenos partidos, principalmente de esquerda. Prometem "governar com o povo". Nunca vi nenhum exemplo de quem tenha feito isso. Agora, a tentativa, isso é parecido com o que disse que faria o presidente Jair Bolsonaro. Renega a "velha política" e, quando sofre derrotas no Congresso ou na Justiça, aposta em manifestações de rua e nas redes sociais para pressionar as instituições. Observe: estou falando de método, de estratégia. O programa, os objetivos, a base social, nisso tudo Bolsonaro e PSTU nada têm a ver. Mas, quando falam de usar as massas para pressionar as instituições, eles convergem.

Isso na intenção. Porque, na prática, Bolsonaro não consegue fazer isso. Para garantir a governabilidade, ele tem é se abraçado com a velhíssima política do centrão.

Hoje, a entrevistada na série com pré-candidatos será Luizianne Lins (PT). Eu participarei da conversa, às 9 horas, na rádio O POVO CBN, FM 95.5 e AM 1010.

 

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