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Sarto e Camilo com Covid-19 atestam que campanha não pode seguir como está. Mas seguirá
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Sarto e Camilo com Covid-19 atestam que campanha não pode seguir como está. Mas seguirá

Tipo Opinião
Camilo Santana e Roberto Cláudio em entrega de obra na segunda-feira, um dia antes de a primeira-dama do Estado ser diagnosticada com Covid-19 (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Camilo Santana e Roberto Cláudio em entrega de obra na segunda-feira, um dia antes de a primeira-dama do Estado ser diagnosticada com Covid-19

José Sarto (PDT) contraiu Covid-19 na primeira semana de campanha eleitoral. O governador Camilo Santana (PT) não está fazendo campanha. Porém, intensificou a agenda pública nas últimas semanas, ao lado do prefeito Roberto Cláudio (PDT). São atividades administrativas com efeito político e desdobramento na campanha. Não são coisas desconectadas. Camilo também está com coronavírus. Assim como a primeira-dama, Onélia Santana. É provável que auxiliares de um e outro, as várias pessoas que tiveram contato, também contraiam a doença. Há um recado claro nesse início de campanha: não dá para os atos dos candidatos prosseguirem da mesma maneira.

São reuniões públicas, atos de rua que provocam pequenas aglomerações. Os candidatos têm contato com muita gente, vão de um lado para outro. Sarto promove carreatas todo dia. “Ah, mas estão dentro dos carros”. Mas, nem sempre no mesmo carro vai alguém sozinho, nem apenas pessoas que convivem na mesma casa. E, pior de tudo, carreata é feita para ser vista por quem está nas calçadas. Geram aglomerações. Além do amontoado que já vai na caçamba dos carros. Nos atos de Camilo Santana, também, há pequenas aglomerações, também há contato com muita gente.

O problema não é só em Fortaleza. Há imagens no Interior de verdadeiras micaretas. Inclusive de candidatos do PDT. Aí fica complicado para as corretas medidas de isolamento adotadas pelo polo governista. A Prefeitura de Fortaleza decidiu que as aulas nas escolas públicas não voltarão presencialmente este ano. Atitude correta. Mas, não dá para, pedindo votos, promover aglomerações mais fora de controle do que seriam nas escolas. Não dá para nenhuma campanha, sobretudo a governista, ser vetor de transmissão da Covid-19.

A campanha eleitoral não pode prosseguir como está, mas irá seguir praticamente do mesmo jeito na prática. Aliás, quanto mais perto da votação, pior vai ficar. Torço para estar errado, mas não creio.

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