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Ainda é possível que o 2º turno não seja Wagner x Sarto?
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Ainda é possível que o 2º turno não seja Wagner x Sarto?

Tipo Opinião
Pesquisa Datafolha para a Prefeitura de Fortaleza (Foto: O POVO)
Foto: O POVO Pesquisa Datafolha para a Prefeitura de Fortaleza

A pesquisa O POVO Datafolha mostra, pela primeira vez, o cenário de segundo turno que se imaginava que iria polarizar a eleição, e até agora não vinha se confirmando. Capitão Wagner (Pros) na oposição e Sarto Nogueira (PDT) na base governista monopolizaram as atenções. A candidatura de Luizianne Lins (PT) não conseguiu alianças e era vista, no governismo, como obstáculo a remover. Mas, até as pesquisas anteriores, ela sempre esteve no páreo, em empate técnico para ir ao segundo turno. O Datafolha, pela primeira vez, indica que ela estaria saindo dessa disputa mais direta. Pela primeira vez, sai do empate técnico e se isola na terceira colocação, em tendência de queda. Sarto mantém alta contínua. Esses movimentos são reversíveis até a eleição?

Sim, são. Há algumas possibilidades. A mais factível é se o Datafolha não tiver captado o real sentimento do eleitor. Em bom português, se a pesquisa tiver errado. Isso acontece. A considerar os números da pesquisa, outro cenário de segundo turno seria improvável. Possível, mas improvável.

A pesquisa é bastante positiva para Sarto. Primeiro, o crescimento. Depois, a menor rejeição entre os três primeiros. E, também, na sondagem sobre os eleitores que admitem mudar o voto, Sarto seria o preferido para receber adesões dos que eventualmente trocarem de candidato. De modo que a pesquisa não indica muita perspectiva de Luizianne passá-lo. No conjunto dos dados, considerada a rejeição e as eventuais mudanças de voto, talvez fosse menos difícil Luizianne passar Wagner, que vem em queda. Porém, numericamente, ele é o primeiro. A oscilação negativa tem sido lenta. Não é provável. Pode haver um segundo turno diferente de Wagner x Sarto. Mas será surpresa.

Datafolha mostra cenário diferente do Ibope

O Datafolha mostra cenário com diferenças significativas em relação à pesquisa Ibope realizada nesta semana. Há uma tendência em comum. Sarto sobe em ambas. Mas no Datafolha sobe menos que no Ibope. Capitão Wagner oscila negativamente, no mesmo ritmo. Os dois estão tecnicamente empatados. E aí está a principal diferença entre Ibope e Datafolha: os dois fariam o segundo turno. Porque, no Datafolha, Luizianne se sai pior que no Ibope. O Datafolha aponta cenário claro entre os candidatos de Pros e PDT no segundo turno. A não ser que haja reversão de tendência de Luizianne ao longo das pesquisas. Numericamente, não é hipótese descartável. A postura de Luizianne nos próximos dias merecerá atenção. Quais movimentos restarão a ela? A conferir, também, como irão se comportar Wagner e Sarto em confronto cada vez mais direto entre eles.

Por que a diferença entre as pesquisas?

Como entender essas diferenças? Há vários motivos: o cenário se move. Muita gente está só agora de fato decidindo o voto. Haverá muitas oscilações. Há fatos novos: operação da Polícia Federal sobre o hospital de campanha do estádio Presidente Vargas, suspensão de atos que possam gerar aglomeração por decisão da Justiça Eleitoral. Além disso, nunca é demais lembrar, as pesquisas erram. Há margens de erro. E o intervalo de confiança é de 95% - o que significa que há 5% de risco de o resultado da pesquisa estar fora da margem de erro.

Quase todas as diferenças entre Datafolha e Ibope estão dentro da margem de erro. Há uma exceção: Luizianne Lins.

A candidata do PT talvez seja a principal afetada pela nova rodada de pesquisas. O Ibope a colocava no bolo, na briga pelo segundo turno. O Datafolha, no cenário de hoje, a coloca fora.

Além disso, pesquisas não são futurologia. Elas não pretendem dizer quem ganhará a eleição em 15 de novembro. O que a pesquisa mostra é em quem as pessoas dizem que votariam se a eleição fosse hoje. Mas a eleição não é hoje e o quadro pode mudar. Aliás, está mudando.

 

Foto do Érico Firmo

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