Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
A eleição para vereadores, em novo formato, poderá produzir uma configuração diferente da Câmara Municipal de Fortaleza. Sobretudo a partir de 2012, quando o grupo Ferreira Gomes entrou pra valer na política de Fortaleza com seu método eleitoral, a formação de gigantescas coligações se tornou a forma de construir maiorias no Poder Legislativo para governar e de formar as coligações para as disputas. Sem coligação, o formato muda. A bancada do PDT, governista, inchou. A estratégia volta a algo parecido com o que era usado na era Juraci Magalhães, com as superbancadas peemedebistas. Qual o impacto político que isso terá? Pode ser que a Câmara mude bastante, pode ser que o perfil fique bem parecido. Algumas questões:
A nova direita na Câmara: qual o tamanho da bancada da direita ideológica? Há muita gente tentando pegar carona no estilo Jair Bolsonaro. Muita gente mesmo. Religiosos, policiais, empresários. As candidaturas desse campo são muitas e fazem barulho. Qual o tamanho dessa bancada?
A bancada do atual prefeito: quantas cadeiras caberão ao PDT? Consegue manter a atual hegemonia? Aumenta? Ou diminui? Provavelmente, vai ter gente com grande quantidade de votos que ficará de fora.
Bancada do Capitão: quantos parlamentares Capitão Wagner (Pros) consegue ajudar a eleger?
Petistas: com qual tamanho sairá a bancada do PT?
Pequenas forças com muitos votos: o novo formato, sem coligações proporcionais, ajudará partidos que têm nomes com muitos votos, mas não alcançavam o número mínimo para ter uma cadeira? Um caso exemplar era o Psol.
Puxar voto na legenda: como se sairão partidos cujas candidaturas passaram pela estratégia de puxar votos para os candidatos a vereador, como o PCdoB?
Uma coisa é certa, o próximo prefeito dificilmente deixará de ter maioria na Câmara, seja ele quem for. A flutuação costuma ocorrer de forma rápida. Porém, o fato de não haver mais coligação proporcional e os vereadores serem eleitos pelo partido talvez apresente mais fidelidade. Sobretudo das bancadas mais ideológicas, à direita ou à esquerda. De modo que é de se esperar uma oposição mais numerosa ao próprio prefeito, sejam esses novos opositores aliados do Capitão Wagner ou integrantes do grupo Ferreira Gomes.
As muitas eleições dentro da eleição
Há algumas eleições interessantes dentro da eleição para prefeito. A disputa hoje que parece mais evidente é entre Wagner e Sarto para definir quem termina o primeiro turno na frente. Luizianne Lins (PT), em trajetória descendente nas pesquisas, tem suas batalhas. Uma delas, ainda viva, é para chegar ao segundo turno. A outra é por ter, pelo menos, desempenho superior ao de 2016, quando o PT estava em seu pior momento, com o impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Tem também a busca de Heitor Férrer (Solidariedade) por manter a relevância. Apesar do apoio do MDB de Eunício Oliveira, a campanha não teve astral de outros momentos.
Há ainda a disputa entre Renato Roseno (Psol) e Célio Studart (PV). Eles têm discutido, inclusive no debate da TV Cidade, sobre a defesa do meio ambiente e dos animais. Eles ocupam hoje a mesma faixa de intenções de voto na pesquisa. Cada um tem eleitorado próprio, mas há um segmento em comum pelo qual brigam. E para ver qual deles sairá maior.
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