Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) manteve a candidatura de Glêdson Bezerra (Podemos) a prefeito de Juazeiro do Norte e referendou assim a maior vitória de oposição no primeiro turno no Ceará. A candidatura vitoriosa estava sub judice. Juazeiro do Norte é o município com maior número de eleitores no Interior do Estado. Em todo o Ceará, fica atrás apenas de Fortaleza e Caucaia. Ambos municípios nos quais há segundo turno. Isso significa que, até agora, o maior município que tem prefeito eleito no Ceará foi conquistado pela oposição estadual. Pelo Podemos do senador Luis Eduardo Girão. O segundo maior município a ter definição foi Maracanaú, também governado pela oposição estadual, com Roberto Pessoa (PSDB). Isso mesmo: os dois municípios que já têm prefeitos eleitos no Ceará serão governador pela oposição. Oposição esta que disputa os segundos turnos tanto em Fortaleza quanto em Caucaia.
Isso significa que a oposição teve uma baita vitória estadual, certo? Não exatamente. Quando se observa os números gerais, o que há é uma surra dos governistas. São 66 prefeituras só dos Ferreira Gomes, que ainda tentam conquistar Fortaleza, com algum favoritismo. Mais de um em cada três municípios é do PDT.
A segunda força é o PSD de Domingos Filho, também governista, com 28 prefeituras e disputando Caucaia com boas chances. Somadas as prefeituras dos Ferreira Gomes e de Domingos já dá mais da metade do Ceará. Um grupo disputa segundo turno na Capital, outro na segunda maior cidade do Estado. Se perderem as respectivas disputas de segundo turno onde já governam, o saldo terá sido negativo para cada um dos grupos. Mas, são favoritos. As prováveis vitórias consolidam o protagonismo, caso ocorram mesmo.
O saldo da oposição
O que as eleições confirmam é que é quase impossível para oposições estaduais fazerem frente à base governista no conjunto do Estado, conquistar de forma expressiva os pequenos municípios. Ainda mais com um grupo tão bem alicerçado e com tanto conhecimento das artes da política quanto os Ferreira Gomes. E o que as vitórias oposicionostas mostram é o espaço que há para disputa nos grandes municípios.
Fora disso, o espaço oposicionista é residual. O Podemos só venceu em Juazeiro. O Pros, que disputa segundos turnos em Fortaleza e Caucaia, venceu em dois municípios: São Gonçalo do Amarante, município grande e estratégico economicamente, e a pequena Salitre.
As eleições municipais fornecem bases para um projeto de poder de oposição competitivo no Estado? O primeiro turno não. No caso de o Pros surpreender e conquistar Fortaleza e Caucaia - ou a capital pelo menos - já ganha musculatura considerável. Mas, ainda longe de fazer frente ao governismo.
Vitória estratégica
A vitória em Juazeiro do Norte é simbólica. É a maior cidade do Cariri, reduto do governador Camilo Santana (PT). E houve envolvimento direto dele e dos Ferreira Gomes, com direito a intervenção no diretório do PDT, para assegurar o apoio ao prefeito Arnon Bezerra (PTB).
Ocorre que, desde 2000, primeira vez em que prefeitos puderam se reeleger, Juazeiro nunca reconduziu um governante. Arnon foi até dos mais competitivos. Outros prefeitos tiveram derrotas vexatórias. Sem falar de quem nem terminou mandato.
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