Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Eleições de fim de ciclo rearrumam o cenário político. Foi o caso dessa eleição, que marca o fim da era Roberto Cláudio (PDT) na Prefeitura de Fortaleza. Para completar, o ano teve motim de policiais e pandemia, que provocou isolamento social, recessão. Foi o ano mais anormal deste século. Alguém que tenha decidido ignorar o atentado contra as Torres Gêmeas em 11 de setembro conseguiu tocar sua vida sem ter seu cotidiano afetado de forma direta. Neste 2020, os acontecimentos globais caíram sobre a cabeça de todo mundo e mexeram com o cotidiano de modo incontornável. Isso potencializa impactos políticos.
O novo governo e uma oposição fortalecida
A eleição deste ano é curiosa. Toda eleição tem ganhadores e perdedores não apenas pelo resultado da apuração, mas também pelos simbolismos. Neste ano, houve derrotados, obviamente. Mas houve muitos vencedores. Os principais atores dos dois lados tiveram ganhos políticos. A começar por quem ganhou: o prefeito eleito José Sarto (PDT) e, ao lado dele, o prefeito Roberto Cláudio (PDT), o governador Camilo Santana (PT), o grupo Ferreira Gomes. Mas Capitão Wagner (Pros) teve uma vitória política, com o senador Luis Eduardo Girão (Podemos) ao lado dele.
Luizianne
A própria Luizianne Lins (PT) teve um desempenho muito digno, no resultado e na postura no primeiro turno. No segundo turno foi paparicada, mas, a la Ciro Gomes 2018, não se posicionou. Aliás, o pedetista ainda fez alguns gestos na ocasião, a petista nem isso. Seguiu aquilo que achou correto e isso é respeitável. Porém, poderia ter saído com maior capital político se tivesse agido de outra maneira. Às vezes, isso não é o mais importante.
PT
O PT é um capítulo à parte nesse saldo. Tem uma bancada expressiva, não se sabe ainda se aliada ou de oposição. Manteve espaço significativo na Capital, mas não o bastante para colocá-lo no segundo turno. E muito dessa força é de Luizianne, pessoa física. Com sua popularidade e sua rejeição. Fosse outro petista, o resultado poderia ser diferente. Por outro lado, o PT tem o político que hoje é o mais forte do Estado: Camilo Santana. Que, todavia, não se identifica propriamente com o PT.
Camilo Santana
O governador se consolidou como político mais influente do Estado e como personagem de alcance nacional, sobretudo pela postura no motim de policiais e na pandemia. Ninguém na política cearense cresceu tanto em 2020.
Os Ferreira Gomes
Para a família Ferreira Gomes, o resultado foi ambíguo. Eles foram vitoriosos na Capital, mas o resultado assustado deu susto e mostrou a fadiga do ciclo. Que já era perceptível pelo distanciamento de Ciro Gomes (PDT) e Cid Gomes (PDT) da campanha. Isso na Capital, porque no Interior a família mantém a hegemonia.
A Região Metropolitana e o Interior
Depois dos Ferreira Gomes, a força predominante no Interior é Domingos Filho (PSD). Além dos Inhamuns, tem forte presença no Vale do Jaguaribe, Cariri Leste, Centro Sul, Sertão Central e Zona Norte. Outra força emergente é Acilon Gonçalves (PL), que controla a porção da Região Metropolitana a leste de Fortaleza.
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